A exposição Vozes da Defesa, que está em cartaz no prédio da antiga Auditoria Militar de São Paulo (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 1249), ficará aberta ao público até o dia 10 de novembro. Originalmente a mostra seria desmontada após o dia 31 de outubro.
Vozes da Defesa é fruto da parceria entre o Núcleo de Preservação da Memória Política, a OAB/SP e o Superior Tribunal Miltar. A exposição traz áudios inéditos de defesas realizadas por advogados de ex-presos políticos no STM durante o regime militar.
Saiba mais:
A Exposição
Duas salas foram definidas para ambientar a mostra: de Julgamento e do Cartório. Tudo para trazer o contexto histórico do período ditatorial, destacando o trabalho dos advogados que, de forma destemida e corajosa, enfrentaram ameaças, prisões e torturas para reclamar pelo direito de defesa diante da supressão imposta ao habeas corpus.
Haverá inéditos áudios sobre alguns dos processos que foram julgados ali na Sala de Julgamentos. Serão dez gravações dos advogados: Luiz Eduardo Greenhalgh (Apelação nº 41.060/75); Heráclito Fontoura Sobral Pinto (Apelação nº 41.229/79); Idibal de Almeida Pivetta (Apelação nº 41.252/77); Eny Raimundo Moreira (Apelação nº 41.728/77); Mário de Passos Simas (Apelação nº 41.808/79); Técio Lins e Silva (Apelação nº 41.644/77); José Carlos Dias (Apelação nº 41.700/77); Arnaldo Malheiros Filho (Recurso Criminal nº 5.046/76); Maria Regina Pasquale (Recurso Criminal nº 5.190/76) e Heleno Cláudio Fragoso (Ação Originária nº 42/76).
Na Sala do Cartório, testemunhos de advogados gravados em vídeo reavivam a memória da luta da advocacia pela recuperação de direitos fundamentais e estimulam a reflexão de quem visita o espaço.
Visitas
Todas as visitas à exposição devem ser feitas com agendamento prévio. O Memorial estará aberto para receber grupos terças-feiras, das 14h às 17h, e quintas-feiras, das 10h às 13h. Para agendar, entre em contato com o Núcleo Memória pelo telefone ou e-mail: (11) 2306-4801 | contato@nucleomemoria.org.
Sobre o Memorial
O número 1.249 da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na capital paulista, é um dos símbolos da luta pela democracia brasileira. Era nesse endereço que, nos anos de chumbo, como ficou conhecido o período da ditadura militar (1964 – 1985), presos políticos eram julgados no âmbito da 2ª Circunscrição Judiciária Militar. Ali, perseguidos políticos e seus advogados fizeram cumprir o exercício do direito de defesa em um Estado de exceção, que desrespeitou leis e direitos daqueles que lutavam pela volta de um sistema democrático.
O memorial é fruto de parceria da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB SP) com o Núcleo de Preservação da Memória Política e tem o propósito de promover debates, conferências e exposições.