No último domingo, 6 de abril, o frio não impediu que centenas de pessoas se reunissem em frente ao antigo DOI-Codi, na Rua Tutóia, 921, para participar da quinta edição da Caminhada do Silêncio. O ato teve início no local histórico da repressão durante a ditadura militar e seguiu até o Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque Ibirapuera.

Organizado pelo Núcleo Memória e pelo Instituto Vladimir Herzog, o evento homenageia os mortos e desaparecidos da ditadura e também todos aqueles que lutaram — e seguem lutando — por democracia, justiça, memória, verdade e reparação.

A concentração contou com falas emocionadas de ex-presos políticos como Ivan Seixas, Adriano Diogo e Maurice Politi, diretor do Núcleo Memória. Também participaram mães do Movimento de Familiares das Vítimas do Massacre de Paraisópolis, ocorrido no Baile da DZ7.

Por volta das 17h, os manifestantes iniciaram a caminhada em silêncio até o portão 10 do Parque Ibirapuera, onde fica o monumento em homenagem às vítimas da repressão. No local, velas e rosas foram depositadas como forma de reverência e homenagem.

Eugênia Gonzaga, presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e uma das idealizadoras da caminhada, destacou a importância da continuidade do evento e do trabalho da comissão. Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, também participou da cerimônia e ressaltou o papel do filme “Ainda Estou Aqui” na luta contra a impunidade e pela preservação da memória histórica.

O encerramento contou com apresentações artísticas de Leo Alves e Aline Deluna, Eduardo Gudin e Léla Simões, além de Thobias da Vai-Vai.