Mais do que a infâmia presente em mais uma manifestação que defende a tortura e a ruptura com os direitos humanos reconhecidos pela Constituição da República de 1988 e pelas normas e organizações internacionais às quais o Estado brasileiro aderiu, esta nova declaração busca desviar a atenção nacional para o fracasso do atual governo no enfrentamento à COVID-19.
O negacionismo sobre a ditadura de 1964, bem como sobre os crimes contra a humanidade cometidos no período implicam na defesa da morte, assim como privar a população brasileira do acesso à vacinação sob a atual pandemia, também traduz a mais flagrante execução de uma necropolitica que, segundo os dados oficiais, conduzirá o Estado brasileiro à marca de 200.000 mortos, em breve.
O Núcleo Memória solidariza-se, pois, com a ex-Presidenta Dilma Roussef, com as famílias das vítimas da ditadura civil-militar de 1964, assim como com as famílias das 191.570 vítimas que perderam suas vidas devido à pandemia em nosso país, segundo dados informados pela Reuters.
O Núcleo Memória renova, assim, seu compromisso com seu fundamental objetivo de identificar os valores sagrados que despontam do passado para a tutela da democracia e dos direitos humanos por meio da condenação da tortura como um dos piores crimes que pode ser cometido contra a humanidade.