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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Sábado Resistente debate sobre políticas de memória na América Latina

Na esquerda, Mayki Gorositi, diretora executiva do Museu Sítio de Memória ESMA; à direita, Luiz Eduardo Greenhalg, advogado e um dos responsáveis pelo projeto Brasil: Nunca Mais. No centro, Maurice Politi, diretor executivo do Núcleo Memória, que mediou o encontro.

No dia 7 de setembro de 2024, Dia da Independência do Brasil, o Memorial da Resistência de São Paulo, em parceria com o Núcleo de Preservação da Memória Política, realizou mais uma edição do Sábado Resistente. Este evento se firmou como um espaço essencial para o debate e reflexão sobre a história política do Brasil.

O evento contou com contribuições de Mayki Gorositi, diretora executiva do Museu Sítio de Memória ESMA, e de Luiz Eduardo Greenhalg, advogado e um dos responsáveis pelo projeto Brasil: Nunca Mais. Sob a mediação de Maurice Politi, diretor executivo do Núcleo Memória, o encontro abordou a relevância dos lugares de memória e as políticas de memória na Argentina e no Brasil, conectando-se com duas exposições em exibição até 27 de julho de 2025: “Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais” e “Memória Argentina para o Mundo: o Centro Clandestino ESMA”, que retratam processos de luta e resistência em ambos os países.

Mayki Gorositi trouxe uma análise sobre a exposição do ESMA, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada, que se tornou o maior centro clandestino da última ditadura argentina (1976–1983), onde cerca de 5 mil pessoas, incluindo militantes políticos, estudantes e artistas, foram detidas, assassinadas e/ou desaparecidas. Ela ressaltou que essa narrativa não é significativa apenas para os argentinos, mas também para os brasileiros, uma vez que aborda a luta, a resistência e a responsabilização do Estado frente a essa violência. Gorositi destacou ainda o papel crucial das mulheres na exposição, muitas das quais foram presas, torturadas, desaparecidas ou sobreviventes do centro clandestino. Ela também falou sobre a importância do reconhecimento da ESMA como Patrimônio Mundial da UNESCO, em 2023, afirmando: “Ingressar na lista da UNESCO implica que a ESMA deve ser preservado como uma ferramenta de política pública.”

 

Já Luiz Eduardo Greenhalg compartilhou sobre o processo de criação do projeto Brasil: Nunca Mais, que sistematizou e produziu clandestinamente cópias de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a magnitude da repressão política no Brasil. Como advogado de presos políticos e defensor dos direitos humanos, Greenhalg afirmou: “Acredito que, neste momento que vivemos, podemos implementar políticas públicas de memória, verdade e justiça como nunca antes.”

O público participou ativamente, contribuindo com perguntas e comentários pertinentes. O evento foi transmitido ao vivo pelos canais do Núcleo Memória, do Memorial da Resistência e do Tutaméia.

Esse debate, de grande relevância para a sociedade brasileira, sublinhou a necessidade de refletir sobre o passado para compreender o presente e, assim, construir um futuro mais democrático. A significativa adesão ao evento, tanto presencial quanto online, evidencia a disposição da sociedade em participar ativamente dessas discussões.

Para assistir a este Sábado Resistente na íntegra acesse o canal do Núcleo Memória no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=yMHIqw7Ao4k&t=3958s

 


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