No último dia 11 de maio, o Sábado Resistente trouxe à tona discussões sobre os golpes na história política do Brasil, em um momento de reflexão sobre os 60 anos do golpe militar de 1964. O evento, realizado no Memorial da Resistência de São Paulo, contou com a participação de João Roberto Martins Filho, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e João Vicente Goulart, filósofo, político e filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe em 1964.
A programação teve início com a exibição resumida do documentário “8 de janeiro: anatomia de um ataque golpista”, produzido pela Folha de São Paulo. O filme contextualiza recentes ameaças à democracia, fazendo um paralelo com eventos passados.
“O golpe de 1964 não foi apenas uma quartelada”
(João Vicente Goulart)
Em sua apresentação, João Vicente Goulart enfatizou a importância de não ignorar o golpe de 1964, afirmando que relembrar esses eventos não é remoer o passado, mas sim construir uma via futura para as novas gerações. Ele destacou como a ditadura militar interrompeu um promissor processo de desenvolvimento no Brasil e abordou temas como o impacto do agronegócio, as privatizações e a perda de pautas pelas esquerdas brasileiras.
O Professor João Roberto Martins Filho trouxe à discussão a ligação do atual presidente Lula com o passado de resistência, mencionando sua familiaridade com vítimas de tortura do regime militar. Martins Filho também destacou a colaboração internacional, particularmente da Inglaterra, no golpe de 1964, com base em suas pesquisas. Ele detalhou as práticas de tortura usadas durante o regime e como foram aperfeiçoadas ao longo do tempo com colaboração estrangeira.
A interação com o público, tanto presencial quanto virtual, enriqueceu o debate. Perguntas direcionadas aos palestrantes permitiram explorar a influência dos Estados Unidos no golpe de 1964, evidenciando a complexidade das intervenções externas nos processos políticos brasileiros.
O Sábado Resistente proporcionou uma valiosa oportunidade para compreender os impactos duradouros do autoritarismo na história do Brasil e reforçou a necessidade de manter viva a memória desses eventos para garantir que as futuras gerações possam aprender com o passado, entender o presente e transformar o futuro.
Assista o resumo do Sábado Resistente em nosso canal no YouTube.