No mês de agosto, o Núcleo Memória continuou os trabalhos relacionados ao projeto de História Oral do Memorial da Luta pela Justiça. Foram entrevistados o psicanalista Leopold Nosek e a jornalista Neusa Maria Pereira.

No início do mês, Leopold conversou com a equipe da Pesquisa do Memorial da Luta pela Justiça e compartilhou memórias dos tempos de militância política no Partido Operário Comunista (POC), sua prisão, trajetória carcerária e julgamento na Auditoria Militar. Polonês de nascimento, Leopold tem uma carreira bem sucedida como psicanalista no Brasil e entende que o trauma vivenciado no período da ditadura militar não foi definidor na sua vida.

Já no final do mês de agosto, foi a vez de Neusa contribuir com seu testemunho enquanto uma jornalista negra durante o regime militar. O racismo e o preconceito de gênero vivido nas redações de alguns veículos da mídia hegemônica ajudaram a fortalecer o seu protagonismo enquanto uma militante que a levou a contribuir na fundação do Movimento Negro Unificado (MNU) nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo em 1978. A jornalista contou de sua atuação no jornal Versus, importante jornal alternativo que propunha a cultura como forma de ação política.

Desde 2017, o projeto já coletou o testemunho de 67 pessoas, entre advogados, réus que passaram pelas Auditorias Militares de São Paulo, e representantes de entidades sociais que lutaram por justiça no período da ditadura militar. Participaram das coletas de testemunho neste mês de agosto os pesquisadores do projeto, César Novelli Rodrigues e Natália Batista e os voluntários Danilo Zelic e Victória Silva. O projeto prossegue nos próximos meses.