O Núcleo Memória esteve presente na reunião ordinária do Conselho de Tombamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (CMTHCA) na última quarta-feira (21), para contribuir com as discussões sobre o tombamento da Casa da Morte de Petrópolis. O imóvel, localizado no bairro de Caxambu na cidade de Petrópolis-RJ, foi local de tortura e desaparecimento forçado de ao menos 20 pessoas durante a ditadura civil-militar.

A reunião acontece como parte do processo de tombamento e desapropriação da casa, que se iniciou em outubro de 2017, após um decreto que dava o status de área de utilidade pública para o imóvel expirar por falta de recursos. A preocupação é que agora, expirado o decreto, o atual dono pode fazer alterações ou até mesmo demolir a casa.

O Núcleo Memória levou à reunião material de referência sobre a criação de lugares de memória, incluindo um parecer da Professora Silvana Rubino (Unicamp) sobre o processo de tombamento do edifício do antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Defesa Interna). Agora, o CMTHCA estudará o caso e votará pelo tombamento ou não do imóvel.

Participaram também da reunião a Comissão Municipal da Verdade de Petrópolis e da Comissão Nacional da Verdade (CNV), os quais entregam um relatório sobre a Casa da Morte. O local, que serviu como centro clandestino do DOI-Codi, funcionou entre 1971 e 1973. A única sobrevivente conhecida é Inês Etienne Romeu, falecida em 2015, que forneceu dados sobre o centro – incluindo a identidade de seis torturadores – à CNV.