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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Nota de Pesar: Idibal Piveta/César Vieira, Presente!

Sou como soca de cana, me cortem que eu nasço sempre. (Idibal Piveta/César Vieira)

É com imenso pesar que o Núcleo Memória informa o falecimento de Idibal Piveta, o César Vieira (seu nome artístico). Nascido em Jundiaí, São Paulo, no ano de 1931 foi autor e diretor de teatro e advogado brasileiro. 

Um dos fundadores do grupo Teatro Popular União e Olho Vivo (TUOV), um dos grupos mais antigos do Brasil, pioneiro na utilização dos processos de criação coletiva, dedicando-se a uma dramaturgia popular e comprometida com o teatro de resistência. 

Como advogado, César Vieira teve importante atuação defendendo presos políticos durante a ditadura militar, entre os anos de 1968-1980, entre eles os presos de maio de 1977 da Liga Operária: Celso Brambilla, Márcia Bassetto Paes e José Maria de Almeida.

Em 2013, Idibal Pivetta encenou a peça “A Cobra Vai Fumar”, no antigo prédio das Auditorias Militares, em São Paulo, na primeira Ocupação Cultural feita no espaço que abrigará o Memorial da Luta pela Justiça (MLPJ), diante de um público de mais de 350 pessoas, entre eles 40 ex-perseguidos políticos e 12 advogados que defenderam presos políticos naquele espaço. “Foi um marco o TUOV ter se apresentado no antigo prédio da Auditoria Militar. O espetáculo foi um sucesso, tanto que recebeu, ao final, dez minutos de aplausos”, disse Idibal Piveta.

Em 2017, Idibal concedeu seu testemunho para o Projeto de História Oral do Memorial da Luta pela Justiça, por ter atuado em muitos casos e defendido réus na 2ª Auditoria Militar. Entre as muitas memórias compartilhadas, falou sobre a advocacia militante, entendida por ele como uma missão de advogadas e advogados que, assim como ele, salvaram muitas vidas. Também falou sobre a defesa de centenas de estudantes detidos no episódio do 30º Congresso da UNE, em Ibiúna, da relação com o então sindicalista Lula, da amizade com Augusto Boal, entre outros episódios. Contou ainda sobre as detenções que sofreu pelo regime militar, passando mais de 90 dias no DOI-Codi, Deops e Presídio do Hipódromo. 

O Núcleo Memória se solidariza com familiares e amigos do grande Idibal Pivetta, que certamente saberão fazer jus ao legado de lutas deste ser humano imprescindível. 

Idibal Pivetta e César Vieira, presentes, hoje e sempre!

 


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