Para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, o Núcleo de Preservação da Memória Política e o Memorial da Resistência de São Paulo promoveram um encontro de gerações e diferentes grupos sociais no dia 10 de março, sábado. O evento, que integra o projeto Sábados Resistentes, reuniu Carolina Caffé, documentarista que apresentou seu curta-metragem “Nossa voz resiste!”; Stephanie Ribeiro, escritora e feminista negra; Viviana Peña, imigrante colombiana; e Rita Sipahi, ex-presa política.

O debate foi antecedido pela exibição do documentário de Carolina, que afirmou que o projeto foi o que mais a emocionou até agora. O curta conta a história de mulheres que lutam pelo direito à liberdade de expressão e abriu espaço para discutir o papel da mulher nos meios de comunicação. Nessa linha, Stephanie contou sobre como se tornou uma voz pelas mulheres e negros nas redes sociais e sobre sua luta para ser considerada uma pessoa que pode ter opinião. “A gente é forte por obrigação”, afirmou. “Se a gente não fala, somos sucumbidos nessa sociedade”.

Viviana falou sobre as fronteiras que atravessam as mulheres ao longo de suas vidas: as visíveis, no caso das migrantes, e as invisíveis, que são por reconhecimento. Ela acredita, assim como Carolina e Stephanie, no poder das redes como uma plataforma que agrega a luta de todas as mulheres. Rita aproveitou para trazer um panorama das pautas e lutas do feminismo de algumas décadas atrás e as dificuldades encontradas pelas mulheres para fazerem suas vozes serem ouvidas: “A minha geração não discutia questões de gênero”.

Os Sábados Resistentes são realizados no Memorial da Resistência desde 2009 e têm como objetivo a promoção de debates em torno de temas ligados à ditadura civil-militar brasileira e aos direitos humanos. O próximo evento será no dia 14 de abril e marcará os 50 anos da morte de Martin Luther King.