O primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro apresentou uma piora em áreas como assistência social, saúde, educação e meio ambiente. Foi o que mostrou um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, divulgado neste domingo 16.
O jornal analisou 104 indicadores do governo, que mostraram piores resultados em 58 deles comparado com 2018 ou outro período de comparação mais adequado, 41 registraram avanços e 5 permaneceram estáveis.
Houve um equilíbrio nos números da economia e melhora nas estatísticas da criminalidade e emprego, com a ressalva, nesse último caso, de que o tímido avanço foi acompanhado da expansão da informalidade.
O jornal explicou que para chegar nesse resultado condensou estatísticas de diversos órgãos do governo federal ou vinculados a ele, como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), além de dados, estudos e pesquisas de instituições privadas, como o Datafolha, ou que acompanham setores específicos.
Em programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida houve pioras significativas. Os programas voltaram a ter filas de esperas e situações de colapso. Retrocessos também ocorreram no meio ambiente, na reforma agrária e na política indigenista.
Os dados de emprego tiveram pontos positivos e negativos. Foram 644 mil novas vagas com carteira assinada, o melhor saldo desde 2013, mas ainda distante dos resultados obtidos de 2004 a 2013. O número de brasileiros na informalidade subiu 3,2%, o maior nível em quatro anos.
Na saúde, três indicadores apresentaram melhora e oito tiveram piora, segundo dados do Ministério da Saúde. Entre as mudanças na rede, chama a atenção a queda no número de médicos na atenção básica, situação que não era registrada desde 2011, e de agentes comunitários de saúde.
Outros indicadores trazem sinais de problemas na rede, como o aumento no volume de internações por pneumonia em menores de 5 anos. Dados preliminares de janeiro a junho do último ano já apontam aumento na mortalidade infantil por esse motivo —foram ao menos 570 mortes contra 511 no mesmo período do ano anterior.
O congelamento de recursos do MEC resultou em cortes de investimentos, como o cancelamento de 8% das bolsas de pesquisas. O ministério intensificou os gastos no fim do ano, mas os investimentos em educação básica e superior regrediram.
Enem 2019, primeiro sob Bolsonaro, teve problemas com as notas de milhares de participantes.
fonte: Carta Capital