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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Entrega do 2º Prêmio Memória e Resistência

Da esquerda para direita: Adriano Diogo, Luiz Eduardo Greenhalgh, Dulce Muniz, Reinaldo Morano e Aton Fon Filho.

No dia 14 de dezembro de 2024, o Núcleo de Preservação da Memória Política e o Memorial da Resistência realizaram a segunda edição do Prêmio Memória e Resistência, nas dependências do antigo DOI-Codi/SP, localizado no bairro Vila Mariana, em São Paulo. 

O prêmio tem como objetivo reconhecer a trajetória e o empenho de personalidades brasileiras que lutam por Memória, Verdade, Justiça e Reparação, além de valorizar iniciativas em prol da cultura e cidadania. Nesta edição, os homenageados foram Adriano Diogo e Dulce Muniz, ambos ex-presos políticos durante a ditadura civil-militar e referências na luta pelos direitos humanos no Brasil. 

Adriano Diogo, 75 anos, é ex-deputado estadual e destacou-se por sua atuação como presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo – Rubens Paiva, além de sua participação na Comissão Nacional da Verdade. Preso em 1973 no antigo DOI-Codi/SP, onde foi torturado pelo Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, Diogo também passou pelo DEOPS/SP e pelo Presídio do Hipódromo. Após a redemocratização, ocupou diversos cargos públicos, incluindo o de Secretário do Verde e Meio Ambiente na gestão da prefeita Marta Suplicy, além de mandatos como deputado estadual em 2002, 2006 e 2010. Reconhecido nacionalmente por sua militância, destacou: O que me curou, o que me salvou? É que desde o dia que eu saí da prisão, nunca parei mais de tratar desse assunto, ressaltando a relevância de manter viva a memória da repressão. 

Dulce Muniz, 77 anos, é uma figura central no teatro brasileiro e na valorização cultural do país. Quando estudava artes cênicas com Heleny Guariba e Cecília Boal no Teatro de Arena e militava no Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT), foi presa aos 23 anos, em 1970, pela equipe da Operação Bandeirante (OBAN), sendo enviada ao DEOPS/SP. Desde então, dedica-se à preservação da memória de Heleny Guariba, desaparecida política que dá nome ao teatro dirigido por Muniz na Praça Roosevelt. Além disso, ela lidera diversas iniciativas culturais e educativas voltadas ao tema da Memória, Verdade e Justiça. Ao receber o prêmio, comentou, emocionada: Eu sou uma pessoa da poesia, da literatura, do teatro. O pouco que eu sei, o pouco que eu sou, é ao teatro, é à poesia e à arte que eu devo. 

O Prêmio Memória e Resistência é uma iniciativa do Núcleo Memória em parceria com o Memorial da Resistência, visando homenagear aqueles que enfrentaram a ditadura civil-militar e, em seguida, dedicaram suas vidas à promoção da democracia, cidadania e à preservação da memória histórica do país. 


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