É com profundo pesar que os amigos e amigas – membros da diretoria, conselheiras(os), associadas(os) e amigas(os) do Núcleo de Preservação da Memória Política – comunicam o falecimento, na data de hoje, de uma de seus membros fundadores e expoente na luta por Memória, Verdade e Justiça no país, ELZA FERREIRA LOBO.
Elza Ferreira Lobo nasceu no dia 30 de abril de 1937, na cidade de São Paulo. Formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, trabalhava no setor de Planejamento da Secretaria da Fazenda quando ingressou na militância política em oposição à ditadura militar.
Em razão de seu envolvimento com a Ação Popular (AP), foi presa em 10 de novembro de 1969. Surpreendida ao sair de casa por uma equipe da Operação Bandeirantes (OBAN) chefiada pelo Capitão Maurício, Elza foi conduzida diretamente ao DOI-Codi/SP. Nesse local, foi submetida, ao longo de semanas, a interrogatórios pautados por torturas. Em seguida, foi transferida para o Deops/SP, onde ficou na chamada “cela do fundão”. Em janeiro de 1970, seguiu para o Presídio Tiradentes, onde permaneceu reclusa até setembro de 1971.
Ao sair do Presídio, passou pelo exílio e participou do Comitê Coordenador de Serviço Voluntário Internacional – órgão da UNESCO. Seu retorno ao Brasil se deu somente em 1979, quando promulgada a Lei de Anistia.
Em sua trajetória profissional, atuou como Secretária Executiva do Conselho Estadual de Saúde de São Paulo, onde contribuiu na implantação de ouvidorias em todas as Unidades de Saúde do Estado e introduziu, em hospitais públicos, salas de leitura através do Projeto ‘Leia Comigo’, em cooperação com a Secretaria da Cultura e com a Secretaria de Assistência Penitenciária.
Em 2009, ajudou a fundar o Núcleo de Preservação da Memória Política (NM), sendo por 4 anos membro de seu Conselho de Administração.
Somos imensamente gratos pela sua amizade incondicional, generosidade e colaboração contínua na nossa luta por Memória, Verdade e Justiça.
Elza Lobo, presente! Agora e sempre!!!