A animação de Esther Vital utiliza a técnica do stop motion, que pode ser resumida em um número incontável de fotografias, de objetos reais – feitos de qualquer material –, com mudanças quase imperceptíveis de posição e expressão, exibidas uma seguida da outra, em altíssima velocidade, dando assim a ilusão de movimento. De acordo com a produção do filme, foram necessárias 12 fotos para criar cada segundo que aparece na tela. “O filme traz uma abordagem histórica surpreendente ao tratar de um tema bastante ‘duro’ através de uma linguagem entendida como ‘leve’, sem no entanto perder sua força de expressão e emoção”, ressaltou o júri.
Outro detalhe digno de destaque é a técnica usada para produzir o cenário e as personagens, inspirada nas arpilleras, uma arte popular criada e desenvolvida pelas mulheres das periferias de Santiago do Chile, enquanto esperavam por notícias de seus familiares vítimas da ditadura militar de Augusto Pinochet.
O vencedor da categoria “Melhor curta-metragem brasileiro”, da qual “Cadê Heleny?” participava, foi “Cantos de um Livro Sagrado”, de Cesar Gananian e Cassiana der Haroutiounian, que trata sobre a Revolução de Veludo, na Armênia, em 2018.
Compunham o júri da competição nacional a historiadora Eloá Chouzal, o diretor e fotógrafo de cinema e televisão Carlos Ebert e o escritor, cineasta e colunista do jornal Folha de S. Paulo Luiz Bolognesi.
Heleny Guariba, presente!