O Núcleo Memória, através do Projeto de História Oral do Memorial da Luta pela Justiça, realizou a coleta de testemunho de três personagens importantes da história das lutas por justiça no Brasil: Tullo Vigevani, Anivaldo Padilha e James Green.
No final de maio, o professor universitário Tullo Vigevani concedeu seu testemunho ao projeto, abordando o seu processo migratório para o Brasil vindo da Itália onde nasceu, das prisões ocorridas em 1961, 1965 e 1970, bem como do seu julgamento ocorrido na Auditoria Militar do 2º Exército.
Exilado na Itália após sua prisão, Tullo contou como contribuiu com as denúncias no exterior sobre como a ditadura brasileira operava, tendo participado da organização do Tribunal Bertrand Russel II, sendo a primeira sessão deste importante evento dedicada a denunciar as torturas cometidas pelo regime militar.
No início de junho foi a vez de Anivaldo Padilha, militante histórico da Ação Popular (AP), contribuir com o acervo de história oral do MLPJ. Anivaldo relembrou a acolhida que ele e sua família receberam da Igreja Metodista quando chegaram em São Paulo vindos do interior de Minas Gerais na década de 40, o início de sua militância no movimento estudantil e de seu sequestro e prisão no ano de 1970.
No fim de junho, o professor estadunidense James Green, contribuiu com o seu testemunho. Contou sobre o seu crescimento em uma família de quakers e o quanto isso moldou uma visão mais política sobre o mundo. Green compartilhou memórias do início de seu ativismo político ainda nos Estados Unidos e como foi o seu processo de conhecer mais sobre o Brasil até sua vinda para cá, na década de 1970.
Por ser homossexual assumido desde a juventude, o professor brasilianista contou como suas lutas por melhorias na sociedade foi imbricada pelo ativismo pela causa e direitos LGBT+, chegando a formar o primeiro grupo político de homossexuais no país, o SOMOS.
Participaram destas coletas o historiador César Novelli Rodrigues e a cientista social Bruna Ferrari, ambos da equipe de pesquisa do MLPJ. O Projeto de História Oral do Memorial da Luta pela Justiça continuará coletando testemunhos no próximo semestre.