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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Conhecendo Lugares de Memória - Casa do Povo

 

O projeto Ciclo de Lives “Conhecendo Lugares de Memória” é realizado pelo Núcleo Memória com a participação de membros da Rede Brasileira de Lugares de Memória (Rebralume).

A live contou com a curadora e coordenadora de programação da Casa do Povo Marilia Loureiro, e a participação especial de Gege Leme Joseph, gestora sênior para África, América Latina e Caribe da Coalisão Internacional de Sítios de Consciência.

A atividade contou com a participação de Maurice Politi (diretor administrativo do Núcleo Memória) e de César Rodrigues (pesquisador e educador do Núcleo Memória), mediador deste projeto.

Maurice Politi deu as boas-vindas e agradeceu as presenças de Marília e de Gege, ressaltando que seria uma apresentação de luxo com as duas participações, e a todas e todos que estavam assistindo. 

Gege, que estava no Brasil, iniciou agradecendo a oportunidade de poder participar, pois em outras ocasiões não foi possível em virtude do fuso horário, e ressaltou a importância dos dois membros da Coalizão Internacional de Sítios de Consciência ali presentes – o Núcleo Memória e a Casa do Povo – e que acompanha com muito orgulho o projeto Ciclo de Lives Conhecendo Lugares de Memória pela importância da memória na busca por justiça, especialmente nesses tempos de negacionismo.

Gege apresentou a Coalisão como uma Rede Mundial de Sítios de Consciência que congrega sítios históricos, de memória, museus e iniciativas de memória de diversos tipos, que ativam o poder desses lugares para inspirar ações para um futuro mais justo. Falou ainda sobre o número de instituições e de países membros da Coalisão e como a mesma se organiza por meio das redes temáticas regionais, como se dá o apoio e financiamento de projetos, o fomento das redes e a conexão entre os membros para trocas de experiências. Nesse sentido, destacou o caráter proativo da Coalisão, um diferencial em relação a muitas redes. Falou também sobre o crescente número de membros e a atuação da RESLAC – Rede Latino-Americana e Caribenha de Sítios de Consciência, cujo trabalho de ponta e as conexões multilaterais são reconhecidos pela Coalisão. Também destacou o trabalho forte da Coalisão com Justiça de Transição, advocacy e os diferentes departamentos.

Marília Loureiro iniciou falando sobre a importância da Casa do Povo estar na Rede Brasileira de Lugares de Memória – REBRALUME, na RESLAC e na Coalisão, especialmente pela troca que há entre os membros. Fez uma apresentação da Casa do Povo por meio de imagens, pela importância de se ver o lugar, pois a Casa se autoexplica. Pautou sua fala sobre sua história, desde com a imagem do “povo fundando a Casa”. Fez referência aos judeus imigrantes que vieram principalmente da Europa Oriental para a região do Bom Retiro, onde o Centro Comunitário foi criado em homenagem aos 6 milhões de mortos ocorridos durante o período nazista na Europa. Também destacou o papel pioneiro da Escola Israelita Brasileira “Scholem Alecheim” que ali foi sediada até os anos do Golpe militar de 1964, uma escola que sempre se pautou por valores democráticos e de educação comunitária. Também na Casa do Povo foi criado um dos primeiros jornais comunitários e ali surgiu o teatro TAIB - Teatro de Arte Israelita Brasileira que teve atuação destacada no cenário cultural da cidade, com a exibição de peças de resistência ao regime militar ressalvando o papel da Casa, que havia sido fundada como instituição antifascista, durante a Ditadura Militar.
Logo após o fechamento da Escola e do Teatro, a Casa teve um  período de “adormecimento” dos anos 1980 a 2012 quando, graças a campanhas realizadas, a Casa do Povo reabriu suas portas à comunidade.
Ressaltou a importância do arquivo, quase como um oráculo, e como influenciou nas atividades que estão desenvolvendo durante a pandemia, quando teve que fechar as portas para o público por razões sanitárias.
À pergunta “Como um centro cultural pode fechar as portas?”, respondeu como a instituição atua no presente e como tem atuado desde o início da pandemia, quando funcionou como um centro comunitário de bairro. Apresentou os eixos iniciais da Casa – lembrar-se, associação e futuro – e as ressignificações para fazer sentido no presente. “O povo da Casa” e não a “Casa do Povo”, onde os coletivos que a frequentam têm a chave das portas e contribuem coletivamente com a sua manutenção. Sobre a programação atual – transdisciplinar e sem grade fixa – com horários flexíveis, ela tem se adaptado para atender aos diferentes projetos e necessidades dos frequentadores.

A atividade teve cerca de 1h12min entre apresentações e debate com os assistentes.

NM Facebook – https://fb.watch/79eGUt2ayg/

NM Youtube – https://youtu.be/GbLmCdB2YH4

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