Entre os dias 04 e 19 do mês de dezembro, a exposição Ausências Brasil esteve na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), cumprindo uma agenda que iniciou no Centro Cultural Diadema (CCD) e que em 2025 circulará por outros espaços da cidade de São Paulo. A exposição reúne doze pares de fotografias a partir de álbuns antigos de família de vítimas da ditadura militar em comparação com fotografias atuais, produzidas com amigos e familiares nos mesmos locais, mostrando as ausências causadas por um regime de exceção. A concepção da mostra é de Gustavo Germano e a curadoria é de Katia Felipini Neves.
Abertura:
A abertura da exposição ocorreu no dia 4 de dezembro, com uma visita educativa conduzida pelo educador César Novelli Rodrigues. Na sequência, o deputado estadual Donato, apoiador da mostra, discursou sobre a relevância de a ALESP receber uma exposição que não apenas remete ao passado, mas também dialoga com o presente, uma vez que muitas famílias retratadas ainda desconhecem o paradeiro de seus entes desaparecidos durante a ditadura.
Maurice Politi, diretor do Núcleo Memória e ex-preso político, também falou na ocasião, lembrando que 2024 marca os 60 anos do golpe civil-militar de 1964 e ressaltando o poder da arte de Gustavo Germano em traduzir a dor das ausências.
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Ações Educativas-Culturais
No decorrer do mês de dezembro foram realizadas ações educativas e culturais relacionadas à exposição. Foram oferecidas ao público visitante da mostra atividades como visitas mediadas, rodas de conversa e projeções de filmes.
As visitas mediadas tiveram a condução do educador do Núcleo Memória, César Novelli Rodrigues. Elas aconteceram em diferentes dias, com públicos diversos, tais como público espontâneo, estudantes, professores, servidores da Alesp, além do grupo de entidades como o SESC Memórias.
Já as rodas de conversa tiveram a presença de dois ex-presos políticos: Dulce Muniz e Maurice Politi. Eles compartilharam algumas de suas memórias do período em que estiveram presos durante a ditadura militar (1964-1985) e que engloba a exposição.
E encerrando as atividades educativas e culturais, houve a projeção de dois filmes do diretor Camilo Tavares. O primeiro foi “O Dia que Durou 21 Anos”, na sexta-feira, dia 13 de dezembro. O segundo foi “O Grande Irmão”, na segunda-feira, dia 16 de dezembro. Em ambos os dias aconteceu um debate com o diretor após a exibição dos filmes.
A exposição Ausências Brasil continuará sendo exposta em mais três lugares no ano de 2025. A partir de 14/02 ela será exibida no CEU Vila Rubi, na zona sul de São Paulo. Depois, segue para o Centro MariAntonia da USP, na região central. E por último, encerrando sua rotatividade iniciada em 2024, a exposição será aberta ao público no CEU Rosa da China, na zona lesta da cidade.