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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Aula final do curso “Vozes da Memória” visita locais marcantes da repressão

No dia 4 de abril, ocorreu a última aula do curso “Vozes da Memória: Direitos Humanos e a Musealização dos Lugares de Resistência”, uma parceria entre o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo (CPF-Sesc) e o Núcleo de Preservação da Memória Política.

Com o tema principal “Lugares de Memória em São Paulo”, a aula foi ministrada pelo historiador e educador do Núcleo Memória, César Orte Novelli Rodrigues.

Com o objetivo de resgatar as histórias dos lugares de memória que remetem ao período da ditadura militar de 1964, o grupo percorreu quatro espaços que representam diferentes níveis do sistema de repressão do regime.

Mais do que apenas visitar locais simbólicos e representativos da repressão no país, o trajeto foi pensado para demonstrar em que estágio de musealização se encontram esses lugares de memória — alguns já em processos avançados, como é o caso do Memorial da Resistência; outros em processo intermediário, como o Memorial da Luta pela Justiça; e, por fim, o DOI-Codi, que se encontra em um processo de musealização ainda incipiente.

Em um primeiro momento, a atividade passou pelo atual Memorial da Resistência, antigo Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS-SP), órgão de repressão responsável por sistematizar a coleta de informações sobre perseguidos políticos, principalmente durante a ditadura de 1964, além de servir como espaço de tortura, em articulação com outros centros do regime.

Em seguida, o grupo passou em frente ao Arco do Presídio Tiradentes, única estrutura remanescente do Presídio Tiradentes, local responsável pelo encarceramento de diversos presos políticos até seu fechamento e demolição, em 1972, para dar lugar à construção da estação de metrô, segundo alegavam as autoridades da época.

Na sequência, o grupo visitou o Memorial da Luta pela Justiça (MLPJ), prédio que abrigava as Auditorias Militares da cidade de São Paulo durante a ditadura. O espaço era responsável pela formalização das denúncias apresentadas nos Inquéritos Policiais Militares (IPMs), integrando o sistema de informação e repressão do regime. Desde 2015, o Núcleo Memória realiza no local atividades culturais e pedagógicas voltadas aos direitos humanos. Também foi firmado um Acordo de Cooperação Técnica entre a OAB-SP, o Núcleo Memória, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e a Secretaria de Relações Institucionais, com o objetivo de agilizar a implantação plena do Memorial da Luta pela Justiça.

Por fim, junto com Maurice Politi, os alunos participaram de uma visita mediada ao antigo Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), localizado no bairro da Vila Mariana. O espaço é reconhecido como o principal símbolo da repressão do regime, além de centro de tortura e assassinatos no período. Assim como no MLPJ, o Núcleo Memória realiza visitas mediadas mensalmente e outras atividades pedagógicas, com o objetivo de ocupar o espaço e, em parceria com outras entidades, transformá-lo em um verdadeiro lugar de memória.


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