Reflexões a partir do Sábado Resistente

Por Oswaldo de Oliveira Santos Junior

Na história política do Brasil, a presença de um traço golpista é inegável e recorrente, lançando sombras sobre períodos de relativa estabilidade democrática. A consolidação e preservação da democracia emergem como desafios constantes, com forças antidemocráticas persistentemente buscando assumir o poder por meios golpistas.

Ao longo dos anos, a sociedade brasileira testemunhou momentos cruciais marcados por golpes de Estado, nos quais a ordem constitucional foi subvertida em nome de interesses particulares ou ideologias autoritárias. A história nos alerta para a necessidade de permanente vigilância e resistência contra estas tendências.

Um dos episódios mais marcantes nesse contexto foi o golpe de 1964, quando as Forças Armadas depuseram o presidente democraticamente eleito João Goulart, sob o pretexto de conter uma suposta ameaça comunista. Esse evento resultou em uma ditadura militar que perdurou por mais de duas décadas, marcada por restrições às liberdades civis, perseguições políticas e violações dos direitos humanos.

No cenário mais recente, em 08 de janeiro de 2023, mais uma vez vimos o oportunismo golpista emergindo. Esta tentativa de abolição do estado democrático ocorreu após um longo período no qual buscaram minar as instituições democráticas, alimentadas por discursos antidemocráticos.

Em uma sociedade verdadeiramente democrática, a polarização política genuína ocorre somente entre aqueles que defendem os princípios democráticos como fundamentais e não com grupos que buscam subverter esses princípios em favor de interesses autoritários. A resistência contínua contra as ameaças golpistas é essencial para a preservação e fortalecimento da democracia no Brasil.

Este Sábado Resistente foi uma contribuição, entre tantas para o fortalecimento de “Personalidades Democráticas” como nos ensinou Florestan Fernandes.