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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Visitas mediadas ao antigo DOI-Codi: junho/2024

O Programa de Visitas Mediadas ao antigo DOI-Codi do Núcleo Memória realizou no mês de junho duas atividades naquele local.

No dia 15, complementando as visitas organizadas em parceria com o SESC Bom Retiro iniciadas no mês de maio, tivemos a visita da segunda turma do projeto Percursos da Memória: Memorial da Resistência e Antigo DOI-Codi/SP.   O grupo, composto por 11 pessoas de diversas áreas, foi acompanhado por uma guia turística do SESC e um educador do Memorial da Resistência.  
No ex DOI-Codi foram recepcionados pela Viviane Candido, assistente administrativa do Núcleo Memória e pelo professor de história e responsável pelo setor de Pesquisa do Memorial da Luta Pela Justiça, Oswaldo Oliveira dos Santos Júnior, a roda de conversa foi conduzida pelo ex-preso político e sobrevivente do local Maurice Politi, conjuntamente com o professor Oswaldo. Toda a atividade durou em torno de duas horas.

 

 No dia 19/06 tivemos a visita mediada mensal ao local, com a participação de 34 pessoas. Entre os presentes, estiveram estudantes das áreas de história, jornalismo, direito e arqueologia e representantes de duas instituições: SESC Memórias e Fundação Perseu Abramo. Para esta visita foi convidada a dar seu testemunho Maria Amelia (Amelinha) Teles, militante pelos Direitos Humanos, representante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, feminista, educadora popular em Direito no projeto Promotoras Legais Populares e escritora. Amelinha falou sobre sua captura pelos agentes do centro de repressão e contou algumas das torturas a que foi submetida. “A tortura é uma ferida que nunca cicatriza. Você vai viver a vida inteira com essa ferida”, disse.

A visita também contou com a presença de Ana Muller, militante política durante a ditadura e pelos Direitos Humanos, advogada de presos políticos e fundadora do Comitê Brasileiro pela Anistia/RJ. Ela contou ao público presente como foi sua participação na primeira sentença condenatória da União em 1981, ainda durante a ditadura, quando o Estado foi responsável pelo sequestro, tortura, morte e ocultação de cadáver do jornalista Mário Alves. Este foi o primeiro e único caso de reconhecimento na justiça da prisão e morte de um desaparecido político.

Para a Vanessa Nadotti, coordenadora do Centro Sérgio Buarque de Holanda – Documentação e Memória Política da Fundação Perseu Abramo, o trabalho com memória desempenhado nas visitas mediadas pelo Núcleo é fundamental: “Lembrar para não esquecer” preencheu todos os pensamentos durante a visita ao antigo DOI-Codi. A dureza fria daquele lugar, marcado pela crueldade, violências e crimes imperdoáveis, reafirma a importância da memória para não acontecer e suportar nunca mais nenhuma atrocidade em nossa história. Importante e necessária, a visita mediada evidencia a necessidade de fortalecer a memória política em nome de justiça por aqueles que foram mortos em luta, e pela construção de um futuro democrático, baseado em igualdade e dias melhores para todos.”

A visita teve duração de 2h30m e contou com as mediações do historiador e educador, César Novelli Rodrigues e do diretor administrativo, Maurice Politi. Participaram também a assistente administrativa, Viviane Cândido e a Gestora de Projetos e Captação de Recursos, Wendy Villalobos.

A próxima visita mediada ao antigo DOI-Codi acontecerá em julho.


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