Foto: Gabriela Beraldo
O último Sábado Resistente, que ocorreu no dia 24 de setembro no Memorial da Resistência de São Paulo, recebeu o coletivo Reviralata para a exibição dos curtas metragens “Eu Vi”, sobre a morte de Che Guevara, e “Tortura tem cor”, sobre a atuação do major Ustra no DOI-Codi de São Paulo. Dentre os presentes estavam dois dos diretores, Fábio Eitelberg e Pedro Biava, que compuseram a mesa junto com Adriano Diogo e Emílio Ivo Ulrich, personagens de “Tortura tem cor”, e o artista plástico André Catoto, que realizou obras para o mesmo documentário.
Depois da exibição dos filmes, os diretores contaram sobre o processo de criação dos documentários e como foi o contato com personagens. Contaram que eu “Eu vi”, que narra a história da jornalista brasileira que deu o furo da morte de Che Guevara, começou quando viram uma matéria sobre a repórter em uma revista. Biava falou sobre a ida à Cuba para conhecer a filha de Che e entrevista-la e como no país não se falava muito sobre a morte do guerrilheiro.
No entanto, o foco do encontro foi o segundo documentário. Todos os debatedores enfatizaram a importância de se discutir tortura nos dias atuais. Adriano Diogo, ex-preso político que ficou encarcerado no DOI-Codi falou principalmente aos jovens e lembrou que o prédio da Oban até hoje não se tornou um memorial às vítimas do local e que, além disso, continua funcionando como uma delegacia de polícia. Já Emílio Ulrich deu um depoimento sobre seu um mês no DOI-Codi e no DEOP-SP, atual Memorial da Resistência.
O debate com o público de mais de oitenta pessoas seguiu falando da tortura da época, com depoimentos de ex-presos presentes, e também sobre a violência de Estado hoje. Muito se falou sobre as ações policiais do Brasil, o genocídio negro e a tortura no Brasil hoje.