Foto: André Santa Rosa/Divulgação
O Núcleo de Preservação da Memória Política, juntamente com o Memorial da Resistência de São Paulo, realizou mais uma edição do Sábado Resistente, que ocorreu no dia 19 de agosto às 14h. O debate no referido dia teve como o objetivo aprofundar a compreensão da necropolítica, abordando sua relação com casos de violência policial contra a população negra e periférica, bem como os povos indígenas. Você pode assistir o debate aqui.
No debate, foram exploradas as dinâmicas de poder, discriminação e violência que permeiam essas questões, buscando uma reflexão crítica e propositiva visando uma sociedade mais inclusiva e justa. O debate enfatizou as manifestações totalitárias e a cultura de ódio e intolerância que prevalecem no país. Contou com as valiosas contribuições dos Professores Fábio Luis Franco e Flávio Leão Bastos Pereira, além da militante e pesquisadora Maria Cristina Quirino.
Abrindo as falas, Fábio Luis Franco trouxe um olhar acadêmico para debater as políticas públicas, como serviço funerário e ação da Polícia Militar, especialmente no estado de São Paulo. “Existe uma política que tem como mira a gestão dos cadáveres. Existe uma população de corpos sendo administrada que envolve agentes funerários, um conjunto de papéis produzidos e envolve uma série de discursos também sobre o morto”, explica o professor.
Em seguida, a militante e pesquisadora Maria Cristina Quirino, mãe de uma das nove vítimas do massacre de Paraisópolis, fez seu relato extremamente forte e comovente. Antes de sua fala, exibiu um vídeo que é parte da pesquisa que ela conduz junto ao Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (CAAF/Unifesp), parte da série Paraisópolis: os 9 que perdemos, que você pode conferir aqui. Em sua fala comovente e potente politicamente, Maria Cristina falou sobre os desdobramentos do caso, da impunidade e da importância da luta contra a violência do estado.
Por fim, o professor Flávio Bastos falou da questão do genocidio, do ponto de vista jurídico e do estudo dos direitos humanos. “Nós temos uma sistemática no Brasil. Um ataque sistematizado a parcelas da população brasileira. E ataque sistemático chamamos de crime contra a humanidade, que é o que acontece no Brasil”, pontuou o pesquisador.
Seguindo o encerramento do evento, o público presente e online pôde fazer suas perguntas para os convidados da mesa.
O próximo Sábado Resistente será 20 de setembro, dia em que será debatido a Comissão Nacional da Verdade.