Em uma duradoura parceria com o Memorial da Resistência, foi realizado no dia 28 de outubro mais uma edição do Sábado Resistente. Esse encontro foi organizado em torno do tema Crime na Ditadura: 50 anos sem corpo e sem verdades - Gildo Macedo Lacerda, Presente!  Participaram da mesa de debate Mariluce Moura, companheira de Gildo; Tessa Moura Lacerda, sua filha; e seus companheiros Nilmário Miranda, Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e na Comissão de Anistia; e Lian Andrade, jornalista

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A homenagem que foi prestada a Gildo no Sábado Resistente deveu-se, também, aos 50 anos de sua morte. O diálogo entre os convidados à mesa buscou enfatizar o significado de todos os tipos de resistências que tivemos no país durante os anos do regime ditatorial e seus legados nos dias de hoje. Naquela tarde, também foram lançados os livros Pela memória de um paí[s]: Gildo Macedo Lacerda, presente!, de Tessa Moura Lacerda, e A revolta das vísceras e outros textos, de Mariluce Moura.

Abrindo as falas, Mariluce Moura leu um texto em que retoma a história de Gildo, sua luta política e como se deu seu assassinato. “Eu sigo entendendo empiricamente, como disse ontem em um debate, que sabemos muito pouco sobre as formas de morte levadas a efeito na ditadura, sobre a lista extensíssima de seus executantes e sobre as razões do inumano para negar os familiares o direito de sepultar em seus ritos”, falou Mariluce.

Em seguida, Tessa Moura Lacerda apresentou um texto que entrelaça sua experiência enquanto filha, as dúvidas e o lugar de ausência deixado pelo crime bárbaro cometido pelo regime militar.  “O que sou? Que maneira encontrei para lidar com o que ele deixou?”, pergunta o texto com sua inquietude.

Outra duas falas foram realizadas em sequência: a de Nilmário Miranda, hoje exercendo as funções de assessor sobre Memória Verdade e Justiça no Ministério de Diretos Humanos e Cidadania, tratou de lembrar Gildo enquanto companheiro de luta política; já a da jornalista Lian Andrade, tratou do inícia da militância de Gildo no Diretório Academia e no célebre Congresso da UNE em Ibiúna. 

Após a primeira rodada, a mediação fez algumas perguntas, que foram seguidas pelas perguntas do público presente e online. Por fim, os livros foram disponibilizados para venda e foi realizada uma sessão de autógrafo com as autoras. 

O próximo Sábado Resistente será no dia 11/11 e terá como tema Mulheres na Resistência: violência de gênero no passado e no presente.