Apresentação Musical (Sábado Resistente)

2024 foi um ano de bastante trabalho e conquistas para o Núcleo de Preservação da Memória Política. O final do ano trouxe consigo mais uma surpresa: o Núcleo Memória foi contemplado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo com o Prêmio Cultura Viva, passando a ser reconhecido oficialmente como um Ponto de Cultura. Este prêmio, dedicado a grupos, coletivos e entidades de natureza ou finalidade cultural e/ou educativa que desenvolvem e articulam atividades culturais em suas comunidades, que possuem reconhecimento territorial e realizam articulações de redes regionais e/ou comunitárias, constitui-se como uma importante conquista e incentivo para a continuidade da atuação do Núcleo, especialmente marcada pelo desenvolvimento de atividades educativas e culturais relacionadas aos direitos humanos e à memória política.

Entre as diversas atividades desenvolvidas pelo Núcleo a partir da premissa de que a cultura é um agente de transformação social estão os Sábados Resistentes: encontros mensais que ocorrem no Memorial da Resistência desde 2008 e que abordam diferentes temas por meio de especialistas convidados e manifestações artísticas. As ações educativas e culturais realizadas no conjunto de prédios que sediou o Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna de São Paulo (DOI-Codi), um dos mais importantes centros clandestinos de detenção, tortura e assassinato durante a ditadura militar (1964 - 1985), também coadunam com esta perspectiva, assim como a realização de Ciclos de Cinema, com a exibição de filmes nacionais e internacionais que abordam temáticas no campo dos direitos humanos e justiça, em diferentes lugares de memória da região metropolitana de São Paulo. Outro projeto que promove reflexões por meio da cultura é a realização da exposição Ausências Brasil em diferentes espaços públicos do estado de São Paulo, acompanhada de atividades educativas e culturais, como rodas de conversa e exibições de filmes. A exposição, de autoria do fotógrafo argentino Gustavo Germano, reúne doze pares de fotografias realizadas a partir de fotos de álbuns de famílias vítimas da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) e fotografias atuais, produzidas com familiares e amigos nos mesmos locais, evidenciando as ausências.

O prêmio, concedido por meio da Lei Paulo Gustavo – aprovada em 2022 –distribui recursos da União para estados, Distrito Federal e municípios na área cultural, significa não apenas uma continuidade, mas a possibilidade de ampliação e fortalecimento da atuação educativa e cultural do Núcleo por Memória, Verdade e Justiça.