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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Maurice Politi debate Estruturação e operação do aparato repressivo na segunda aula do curso LMDH 2023

Foto: André Santa Rosa/Divulgação

No segundo encontro do Curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil 2023, realizado em 22 de setembro, nas dependências do Centro Universitário Maria Antônia da USP, Maurice Politi dissertou sobre o tema Estruturação e operação do aparato repressivo.

Em sua aula, Politi procurou evidenciar a gênese de constituição de um aparato repressivo que, utilizado abertamente no combate a resistência formada no enfrentamento à ditadura militar que comandou o Estado brasileiro entre 1964 e 1985, teve suas origens ligadas à ideologia anticomunista nascida e reforçada no imediato pós-II Guerra Mundial.

Identificando elementos de uma lógica própria da guerra fria, na qual os serviços militares e entidades civis de países alinhados aos EUA, além de receberem financiamento direto do governo estadunidense, disseminavam a ideia da necessidade de se combater não apenas o inimigo estrangeiro – o socialismo da URSS – como também o inimigo interno – os partidos e os ideais comunistas. 

Maurice expôs uma série de fatos que permitiram compreender como uma Doutrina de Segurança Nacional foi sendo alicerçada e divulgada no Brasil, possibilitando a estruturação e a operação do aparato repressivo atuante no tecido social brasileiro em diferentes contextos e, em especial, a partir de 1964. 

Com esta contextualização e conceituação, nosso convidado pôde então identificar como o Estado, sob o comando ditatorial, se articulou em nível nacional no intuito de exterminar, valendo-se de práticas criminosas – como sequestros, torturas e assassinatos – toda e qualquer manifestação, individual ou coletiva, que contrariasse os ditames de uma ordem política e social imposta à sociedade. 

Militante político desde a década de 1970, Maurice Politi não se furtou em dar exemplos de vivências pessoais, tanto sobre sua atuação junto à ALN – organização de luta contra a ditadura militar –, quanto sobre seu período de prisão política. 

Dessa maneira, o público do Curso se sentiu impelido em participar, fazendo comentários e levantando perguntas a respeito de questões teóricas, contextualizadoras e ainda que exploravam a possibilidade de dialogar com as memórias vividas pelo convidado do dia.

 


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