Foto: Oswaldo Oliveira
A quinta edição do Ato Unificado Ditadura Nunca Mais, realizada no Dia Internacional para o Direito à Verdade para as Vítimas de Graves Violações dos Direitos Humanos - 24 de março - levou mais de 500 pessoas ao antigo DOI-Codi de São Paulo. Em um ato festivo, repleto de música, dança e poesia, os presentes pediram pela transformação do local em lugar de memória.
O evento, realizado pelo Comitê Paulista por Memória, Verdade e Justiça e pelo Núcleo de Preservação da Memória Política, também trouxe mensagens que pediam por Memória, Verdade e Justiça para todos os mortos e desaparecidos políticos, tanto do período da ditadura civil-militar quanto dos dias atuais. Marielle Franco, por exemplo, foi lembrada em grande parte dos testemunhos.
Os testemunhos foram feitos pelos ex-presos políticos que passaram pelo local de repressão Adriano Diogo e Rita Sipahi. Subiram também ao palco Eleonora Menicucci, Criméia de Almeida, Ana Tauhyl, para falar sobre a recente identificação das ossadas do desaparecido político Dimas Casemiro, e Hugo Fanton, representante da Central de Movimentos Populares.
As apresentações artísticas ficaram ao encargo do coral da Companhia do Tijolo, que apresentou canções como “Bella Ciao” e “Brejo da Cruz”, de Chico Buarque, e do grupo Xingó, que recitou poesias e apresentou músicas como “Ai que saudade d’ocê”, de Vital Farias.
Hoje, o prédio e o terreno que compõem o antigo DOI-COdi já foram tombados pelo Condephaat (Conselho
de Defesa do Patrimônio Histórico), mas ainda são utilizados como delegacia do 36º Distrito Policial. O DOI-Codi de São Paulo (Rua Tutóia, 921) foi o maior centro de tortura e extermínio da ditadura militar em todo o Brasil. Por lá passaram pelo menos 5.000 prisioneiros que sofreram o pior da repressão, incluindo torturas físicas e psicológicas. Destes, estima-se que 50 foram assassinados.