Memória em Ação
março/24

EDITORIAL

No mês de março, completaram-se 60 anos do golpe civil-militar, fazendo com que este tema dominasse a mídia tradicional e alternativa. A pauta cresceu, principalmente, após a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, numa entrevista, disse estar mais preocupado em punir os responsáveis pela tentativa do golpe de 8 de janeiro de 2023 do que em “remoer o passado”.

Vários setores da sociedade reagiram a essa afirmação, reiterando que o conhecimento do passado é peça essencial para que não se repita e para que a impunidade dos responsáveis pelos bárbaros crimes cometidos durante a ditadura não sirva como justificativa para os negacionistas e aventureiros de plantão do presente.

Nós do Núcleo Memória, que temos como lema “Conhecer o passado, entender o presente, construir o futuro”, reiteramos este argumento, já que os próprios atos de 8 de janeiro mostraram a todas as pessoas que a ditadura e a impunidade continuam a provocar sombras na nossa frágil democracia. Embora duas décadas de democracia ininterrupta nos separe do fim da ditadura iniciada no dia 31 de abril de 1964, é necessário que o exercício pleno da memória desvele as mazelas deixadas como legado de uma ditadura que durou 21 anos em nosso país.

Por isso, é com satisfação que, independentemente da opinião do presidente, praticamente em todo o país ocorreram diversos atos para lembrar dessa data e exigir das autoridades não somente a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, mas também medidas concretas para a construção de uma agenda voltada ao fortalecimento dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Esta agenda passa obrigatoriamente pela Memória, Verdade, Justiça e Reparação, assim como pela não anistia aos que tentaram, felizmente sem sucesso, repetir os feitos de 1964 para que o governo legitimamente eleito pelo povo em 2022 fosse descartado.

Neste mês que passou, tivemos o orgulho de receber o Prêmio de Direito à Memória e à Verdade Alceri Maria Gomes da Silva, que é concedido anualmente pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania a entidades ou pessoas físicas que se destacam pela incessante tarefa de lutar por esses princípios e que contribuam para e a Educação em Direitos Humanos na cidade de São Paulo.

Mais detalhes desta premiação poderão ser lidos neste boletim, assim como outras atividades que desenvolvemos no mês de março. Mais uma vez, agradecemos publicamente pelo constante apoio de nossos conselheiros, de nossa equipe e, também, de todos os amigos e amigas do Núcleo Memória, que são o nosso sustento nesta empreitada.

Boa Leitura!


ATIVIDADES EDUCATIVAS-CULTURAIS

Núcleo realiza visitas mediadas ao ex-DOI-Codi

 

Durante a semana de 18 a 23 de setembro, o Núcleo Memória organizou duas visitas mediadas ao antigo DOI-Codi, em São Paulo.Leia mais…

 

Maurice Politi realiza roda de conversa no CEU Vila Rubi

 

No dia 30 de março, Maurice Politi, diretor executivo do Núcleo Memória, foi convidado a participar da aula inaugural do curso anual promovido pelo grupo Vladimir Herzog da Rede Emancipa – Movimento Social de Educação Popular. O evento teve lugar no foyer do CEU da Vila Rubi, local onde o curso é realizado anualmente. Leia mais…

 

Núcleo Memória promove debate com estudantes no Memorial da Resistência

 

No dia 30 de março, como parte do Curso Direito à Memória organizado pela Escola Comum, os estudantes do curso realizaram uma visita ao Memorial da Resistência. Leia mais…

 

Sábado Resistente debate os antecedentes do golpe

 

No dia 23 de março, às 14h, no Auditório do 5º andar do Memorial da Resistência, teve lugar o primeiro Sábado Resistente do ano, inaugurando a temporada com o tema central "A longa duração do Golpe de 1964". Neste encontro, foram discutidos os antecedentes e desdobramentos do Golpe Civil-Militar de 1964. Leia mais…

Você pode assistir a edição clicando no link.

 
ESPECIAL: 60 ANOS DO GOLPE MILITAR de 1964

Participação Núcleo Memória na Live “Em Direção à Caminhada do Silêncio”

 

No dia 07 de março, o Núcleo Memória, por meio do seu historiador César Novelli Rodrigues, participou do programa “Em Direção à Caminhada do Silêncio”, da TV GGN. Leia mais…

 

Reunião de Pauta com Jornalistas – Brasil de Fato

 

Convidado para a reunião mensal de pauta do jornalismo do Brasil de Fato, o historiador e pesquisador do Núcleo Memória, César Novelli Rodrigues, participou de uma conversa, com duração de uma hora, realizada por cerca de 30 jornalistas da instituição. A conversa versou sobre o histórico e as atividades desempenhadas pelo NM, a organização da Caminhada do Silêncio, as declarações do presidente Lula sobre a decisão do governo de não emitir nota sobre os 60 anos do golpe civil-militar de 1964, entre outros pontos.

Após a conversa, César concedeu uma entrevista para a jornalista Gabriela Moncau sobre os mesmos pontos discutidos com os jornalistas. A entrevista pode ser conferida no link.

Núcleo Memória recebe 8º Prêmio de Direito à Memória e à Verdade Alceri Maria Gomes da Silva

 

Com grande alegria, a equipe do Núcleo Memória foi honrada com o prêmio de “Maior Destaque” durante o 8º Prêmio de Direito à Memória e à Verdade Alceri Maria Gomes da Silva.

A cerimônia, ocorrida em 28 de março, quinta-feira, no Centro MariAntonia da USP, celebrou o reconhecimento da destacada atuação do Núcleo Memória na promoção de projetos de Direitos Humanos ligados à memória e à verdade na cidade de São Paulo.

IV Caminhada do Silêncio

 

No âmbito das rememorações sobre os 60 anos do golpe de 1964, o Núcleo Memória participou ativamente da construção e organização da IV Caminhada do Silêncio, ocorrida no dia 31 de março. Leia mais…

Para assistir ao ato na íntegra, basta acessar este link.

Para visualizar algumas fotos da IV Caminhada do Silêncio, clique aqui.

Publicação das cartas da Relasc e Rebralum
Durante a ocasião da IV Caminhada do Silêncio, foram lidas duas cartas abertas feitas pela Rede Latino Americana e Caribenha de Lugares de Memória (RESLAC) e pela Rede Brasileira de Lugares de Memória (REBRALUM).

Você pode ler as cartas clicando aqui e aqui.

 
MEMORIAL DA LUTA PELA JUSTIÇA

Projeto de História Oral MLPJ

 

O Memorial da Luta pela Justiça prosseguiu, no mês de março, com os  trabalhos de coletas de testemunhos para o Projeto de História Oral. No dia 12, foram realizadas as entrevistas com Manoel Cyrillo de Oliveira Netto e Reinaldo Morano Filho, ambas no estúdio de História Oral do Memorial da Resistência de São Paulo.

Ao todo, o projeto conta com 61 entrevistas com advogados e réus que passaram pelas Auditorias Militares de São Paulo, além de representantes de entidades e movimentos sociais que lutaram por justiça na ditadura militar.

As duas entrevistas foram realizadas pelo historiador e pesquisador do Núcleo Memória, César Novelli Rodrigues, acompanhado da Diretora Técnica da entidade, Katia Felipini Neves.

 

PRÓXIMOS EVENTOS

 

Programa de Visita Mediada ao antigo DOI-Codi/SP
17/04, 10h
Local: Rua Tutóia, 921

Sábado Resistente: Anatomia dos Golpes na história do Brasil
18/05, 14h
Local: Memorial da Resistência

 
 
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