|
||||
EDITORIAL |
||||
A situação no Rio Grande do Sul foi a principal notícia durante todo o mês de maio. Após um mês desde a primeira chuva forte, tivemos, no início de junho, o número de 172 pessoas mortas e 45 pessoas desaparecidas no estado. Mesmo com a diminuição no nível das águas nos últimos dias, ainda estamos longe de ver uma volta à normalidade, não somente porque as chuvas continuam, mas também porque mais de 580.000 famílias estão vivendo em abrigos provisórios, sem vislumbrar o retorno às suas casas, a maioria delas totalmente destruídas. O governo federal se mobilizou em peso para aliviar um pouco a situação dos que tudo perderam e, nesse esforço, também se juntaram vários organismos internacionais, além de termos visto uma imensa onda de solidariedade através de doações vindas de todos os estados. Em denúncia recente feita por entidades da sociedade civil com atuação nas questões do meio ambiente e clima, não se pôde esconder a evidência do descaso e negligência do poder público na prevenção de acidentes, tendo sido revelado que, há mais de 30 anos, cientistas brasileiros alertam para os riscos climáticos extremos principalmente nesta região. Como se isso não fosse suficiente para caracterizar a falta de interesse – e de investimentos – para sanar esta situação no sul, várias “fake news” deram origem a uma quantidade enorme de teorias conspiratórias que só atrapalharam a enorme cadeia de solidariedade e esforços tanto do governo estadual como federal. Os absurdos incluíram, por exemplo, a narrativa de que as chuvas foram “fabricadas em laboratórios e pulverizadas por aviões”. Além de gerar caos, estas publicações endossaram o negacionismo quanto à crise climática mundial. Duas outras notícias causaram celeuma este mês, desta vez em São Paulo. A primeira diz respeito às câmeras corporais que a Polícia Militar deveria usar de forma ininterrupta. Um novo edital para a compra de 12.000 câmeras adicionais trouxe a “novidade” de que, nestas a serem adquiridas, os policiais poderão eles mesmos decidir a hora de gravar (ou não) as ocorrências que acontecem durante as operações. A característica destes novos equipamentos que o governo Tarcísio de Freitas vai comprar foi considerada um “retrocesso inominável” pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A segunda notícia que causou protestos, que foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar de São Paulo, foi a aprovação na Assembleia Legislativa de uma iniciativa do governo do estado que pretende implementar ao menos 100 escolas cívico-militares até 2026. Esta militarização da educação, que havia sido lançada pelo governo Bolsonaro através do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim), foi abolida em nível federal, mas se manteve como iniciativa estadual em vários estados, destacando-se o Paraná, que hoje já tem 312 unidades ligadas a esse programa. Nós, integrantes da equipe do Núcleo Memória, expressamos a nossa preocupação com este retrocesso educacional que consideramos virá em prejuízo das boas práticas na defesa da cultura dos Direitos Humanos, como um valor a ser ensinado, respeitado e preservado. Por isso, reiteramos a nossa disposição em seguirmos promovendo atividades educacionais e culturais que incorporem a defesa dos Direitos Humanos, da tolerância, da não discriminação e, principalmente, da redução das desigualdades sociais. As nossas atividades no mês de maio refletem esses valores. Boa Leitura!
|
||||
ATIVIDADES EDUCATIVAS-CULTURAIS | ||||
Alunos de intercâmbio da PUC-SP participam de Roda de Conversa mediada pelo Núcleo Memória |
||||
No último dia 10 de maio, um grupo de alunos de diversas universidades norte-americanas, participantes do intercâmbio anual com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), visitou o Memorial da Resistência, acompanhados por dois de seus professores. Leia mais… |
||||
Reflexões sobre os Golpes na História do Brasil são destaque no Sábado Resistente de maio |
||||
No último dia 11 de maio, o Sábado Resistente trouxe à tona discussões sobre os golpes na história política do Brasil, em um momento de reflexão sobre os 60 anos do golpe militar de 1964. O evento, realizado no Memorial da Resistência de São Paulo, contou com a participação de João Roberto Martins Filho, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e João Vicente Goulart, filósofo, político e filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe em 1964. Leia mais… Você também pode assistir a edição no link. |
||||
Visitas mediadas no antigo DOI-Codi de São Paulo no mês de maio |
||||
No dia 15 de maio, ocorreu a primeira visita mediada ao antigo DOI-Codi de São Paulo, organizada em parceria com o SESC Bom Retiro, como parte do projeto Percursos da Memória: Memorial da Resistência e Antigo DOI-Codi/SP. Já no dia 25, foi realizada a nossa visita mensal. Leia mais… |
||||
Roda de Conversa no Memorial da Resistência com alunos do Colégio Avenues |
||||
No dia 27 de maio, um grupo de 17 estudantes do 8º ano do Colégio Avenues esteve no Memorial da Resistência para conhecer o espaço carcerário do ex-DEOPS de São Paulo e a história do local, em uma visita mediada por Guilherme Bertolino Nunes, educador daquela instituição. Leia mais… |
||||
INSTITUCIONAL | ||||
Reunião dos conselhos e Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária do Núcleo Memória | ||||
No último dia 28 de maio, a partir das 18 horas, foi realizada, em formato virtual, uma Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária do Núcleo Memória, assim como uma reunião de seus conselhos Administrativo e Fiscal. Leia mais… |
||||
PRÓXIMAS ATIVIDADES | ||||
Programa de Visita Mediada ao antigo DOI-Codi/SP Sábado Resistente: A educação e o Golpe de 1964: a tradição autoritária na educação brasileira
|
||||
NÚCLEO MEMÓRIA | Av. Brigadeiro Luis Antonio 2.050 • Bloco B cjto 92 São Paulo, SP • (+55) (11) 2306-4801 • Whatsapp (11) 96335-3797 |
||||
www.nucleomemoria.com.br | ||||