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EDITORIAL |
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Ainda tratando de aliviar os efeitos das enchentes que devastaram várias áreas do Estado do Rio Grande do Sul, o país viu neste mês outro desastre climático com o aumento dos incêndios na região do Pantanal, onde quase 700 mil hectares já foram devastados pelas chamas. Esta cifra, que representa mais de 4 vezes o tamanho da cidade de São Paulo, ultrapassou as queimadas registradas em anos anteriores, tanto em intensidade como em área. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esta situação se deve a uma combinação de seca aliada ao aumento das temperaturas, assim como ao desmatamento provocado de forma intencional, principalmente dentro de áreas privadas. No campo econômico, vimos o governo enfrentar sérias resistências ao seu programa de redução das desigualdades sociais. Isso se deu principalmente com os vetos promulgados pelo Congresso a projetos de lei que visavam aumentar a carga tributária dos mais ricos ou diminuir as isenções fiscais a setores da economia, calculadas em aproximadamente 400 bilhões de reais anualmente. Se a isso somarmos a negativa do Banco Central, este mês, em seguir com a diminuição dos juros e a pressão realizada pela redução dos gastos, principalmente com educação e saúde, vemos a desafiadora situação que se encontra o governo, enfrentando armadilhas econômicas de todo tipo, mesmo tendo uma inflação anual de menos de 4% ao ano e um nível de desemprego de menos de 8%, com mais de 107 milhões de empregados em todo o país. No campo das leis relacionadas aos costumes, tão caras aos setores mais reacionários do Parlamento, vimos este mês nascer nas ruas uma forte reação das mulheres ao PL 1904/24, conhecido como “Lei do Estupro”. Este projeto de lei equipara o aborto, realizado depois das primeiras 22 semanas de gestação, ao homicídio, aumentando de 10 para 20 anos a pena máxima para quem fizer o procedimento. Como cerca de 80% dos estupros são contra crianças e adolescentes, que muitas vezes não sabem o que é gravidez, a identificação muitas vezes somente ocorre quando a barriga se torna aparente. Esta reação provocou amplas discussões nas redes sociais e um desgaste midiático do tema, dividindo inclusive a bancada evangélica e líderes religiosos em todo o país. O presidente do Congresso, Arthur Lira, não teve outra saída a não ser anunciar que este projeto será amplamente debatido no segundo semestre, antes de que qualquer decisão a respeito seja tomada. Outra decisão de relevo para o país foi a decisão do STF, este mês, em descriminalizar o porte da maconha. Enquanto o Congresso não determinar a quantidade limite da substância considerada como sendo para consumo próprio, esta fica estipulada como sendo de 40 gramas. Somente a posse acima desta quantidade seria então classificada como tráfico, sujeitando-se aos rigores da lei. Finalmente, com o mês chegando ao final, tivemos a notícia surpreendente da tentativa de golpe militar na Bolívia. Embora frustrado e sem que se conheça ainda os detalhes reais deste movimento militar, o nosso país, através da palavra do presidente Lula, reagiu com firmeza condenando a quebra da ordem democrática na Bolívia e chamando a comunidade internacional ao repúdio a movimentos golpistas similares. Na defesa da Democracia e no combate à intolerância e à discriminação, é que nós do Nucleo Memória, seguimos atuando desde a fundação de nossa entidade, há 15 anos. Exemplos da continuidade de nossas ações educativas e culturais pela Memória, Verdade e Justiça, podem ser vistas neste Boletim. Sem o apoio de todos vocês, nossos amigos e amigas, não teríamos chegado até aqui. Boa Leitura!
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ATIVIDADES EDUCATIVAS-CULTURAIS | ||||
Visitas mediadas ao antigo DOI-Codi: junho/2024 |
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O Programa de Visitas Mediadas ao antigo DOI-Codi do Núcleo Memória realizou no mês de junho duas atividades naquele local. No dia 15, complementando as visitas organizadas em parceria com o SESC Bom Retiro iniciadas no mês de maio, tivemos a visita da segunda turma do projeto Percursos da Memória: Memorial da Resistência e Antigo DOI-Codi/SP. O grupo, composto por 11 pessoas de diversas áreas, foi acompanhado por uma guia turística do SESC e um educador do Memorial da Resistência. |
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Educação autoritária foi o tema discutido no Sábado Resistente de junho |
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O Sábado Resistente de junho trouxe à tona o debate sobre a Educação e os Legados do Golpe de 1964. Os convidados foram a doutora e gestora em educação Maria Aparecida (Cida) Perez, o deputado estadual Carlos Giannazi, e o historiador e doutorando em educação Renan Beltrame, que refletiram sobre a tradição autoritária, a resistência e o potencial educativo dos lugares de memória. |
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INSTITUCIONAL | ||||
Participação no 45° CONUBES | ||||
O Núcleo Memória esteve presente no 45º Congresso Nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (CONUBES) realizado entre os dias 14 e 16 de junho no Ginásio do Mineirinho em Belo Horizonte (MG). O historiador, educador e pesquisador do Núcleo Memória, César Novelli Rodrigues, participou representando a Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, na condição de membro da Direção Executiva da entidade. Leia mais… |
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Reunião REBRALUM | ||||
No dia 18 de junho foi realizada uma reunião virtual da Rede Brasileira de Lugares de Memória (REBRALUM). Representantes de mais de oito Museus / Memoriais ou Centros de Memória estiveram presentes na reunião que abordou dois pontos principais. Leia mais… | ||||
Coletas de Testemunho | ||||
Neste mês de junho, o Núcleo Memória deu prosseguimento ao Projeto de História Oral para o Memorial da Luta pela Justiça, realizando a coleta de três testemunhos de pessoas que foram julgadas nas antigas Auditorias Militares de São Paulo. Leia mais… | ||||
Parceria com a SMDHC de São Paulo | ||||
Desde o início de junho o projeto de visitas mediadas ao antigo DOI-Codi passou a ser fortalecido pelo apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania/ Prefeitura de São Paulo. | ||||
PRÓXIMAS ATIVIDADES | ||||
Roda de Conversa no Memorial da Resistência
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