Memória em Ação
dezembro/23

EDITORIAL

Com o ano de 2023 finalizado, queremos, em primeiro lugar, desejar a todas as pessoas leitoras deste boletim, em nome dos integrantes do Conselho de Administração e Fiscal do Núcleo Memória, assim como em nome da diretoria e de seus colaboradores, os melhores votos para um novo ano com muita felicidade, saúde e realizações. Ao fazer o balanço da conjuntura política do ano que passou, sentimos que neste ano, decididamente, o Brasil decolou, depois de 6 anos de retrocessos e negacionismos. Por mais que se tenha tentado manter, por parte da oposição radical, uma situação de violência com a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro passado, os princípios democráticos prevaleceram no país, graças à condução firme do novo Presidente e do Poder Judiciário.

Desta maneira, vimos como o Brasil voltou ao mapa mundial, conquistando novamente o respeito das nações do mundo inteiro que viram o país aprovar, não só pela figura de seu líder, mas também por obra dos poderes legislativo e judiciário, um ciclo virtuoso de novas leis e reformas cujo objetivo fundamental é a construção de um país mais justo, com crescimento econômico e a consequente redução gradual das desigualdades sociais. Os resultados econômicos excepcionais deste ano mostram que o país cresceu mais do que previam os economistas, teve uma inflação que se manteve na faixa desejada, possibilitando a redução gradual dos juros oficiais que, exorbitantes durante os dois últimos anos, não permitiam níveis de investimentos que contribuíssem para o desenvolvimento.

O fato de a agência global de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) ter elevado, no início do mês de dezembro, a nota de crédito de longo prazo de BB - para BB também foi uma boa notícia, que marcou um progresso na questão fiscal nacional, motivada principalmente pela aprovação pelo Congresso da reforma tributária, depois de mais de três décadas de debates no Legislativo. A melhora no 'rating' do Brasil dá naturalmente uma maior segurança para que os investidores apliquem recursos no país que está a dois graus de atingir o grau de investimento, perdido em 2015. No limiar do fim do ano, recebeu-se a notícia de que o Brasil ficou no top 10 de maiores economias do mundo, aparecendo o nosso país em nono na lista, com um PIB (Produto Interno Bruto) estimado em US$ 2,13 trilhões neste ano.

Na área dos Direitos Humanos, foi um ano de avanços e de reconstrução, com a figura do Ministro Silvio Almeida se destacando em sua defesa enfática dos valores democráticos e fortalecendo a imagem de um país que busca a proteção dos mais pobres e o combate a políticas discriminatórias.

Na área da Memória, Verdade e Justiça que nos ocupa principalmente, deram-se passos importantes, reconhecendo-se, desde o Governo, de forma pública, em foros nacionais e internacionais, a necessidade de se criarem museus e memoriais que abordem a questão do passado recente no país para a compreensão de um presente que ainda traz, infelizmente, vários legados do período militar. Reconhecemos, no entanto, que ainda está faltando, nesta área, a reconstituição da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, fato imprescindível para a continuação das buscas pelos desaparecidos políticos cujas famílias esperam respostas há mais de 50 anos. E conclamamos desde estas linhas o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, assim como às demais instâncias governamentais, a aprovar logo a sua efetivação.

Não podemos encerrar esta breve análise sem lembrar a continuidade da crise política e militar mundial, ocasionada pelos conflitos armados no Oriente Médio e na Ucrânia. Em ambas as regiões, continuam a drenar esforços políticos e financeiros, além de contar-se, com espanto, uma quantidade cada dia maior de milhares de pessoas mortas e feridas.

Por outro lado, na área ambiental notamos que, apesar de terem caído, neste ano, os índices de desmatamento na Amazônia, o fato é que batemos todos os recordes de calor e variações climáticas em todo o mundo. Isto nos indica que a crise climática mundial já não é uma lenda e sim uma realidade sentida por todos. E a resposta a essa crise, definida claramente na recente reunião da COP 28 em Dubai, indica claramente a necessidade de gradualmente ir reduzindo o uso dos combustíveis fósseis e sua adaptação ou substituição por energias renováveis. Lamentavelmente, o mundo reage muito timidamente ainda a esta necessidade, muito por insistência dos países possuidores de reservas importantes de petróleo e aos quais o Brasil ainda, sem uma política muito definida, tende a se juntar também.

Finalmente, neste boletim estão evidenciadas nossas principais atividades que seguiram durante praticamente todo o mês de dezembro. Teremos um breve período de descanso até meados de janeiro, quando voltaremos com os ânimos renovados, lembrando que comemoraremos o nosso 15º ano de existência em 2024.

Boa leitura e um ótimo ano para tod@s!


ATIVIDADES EDUCATIVO CULTURAIS

Visita mediada ao antigo DOI-Codi recebe alunos da Unicamp

 

Cerca de dezoito alunos dos cursos de graduação em História, Ciências Sociais e Arquitetura da Unicamp visitaram, no sábado, dia 02/12, as dependências do prédio do antigo DOI-CODI. Essa visita faz parte das atividades do curso "Políticas de Memória e Políticas de Esquecimento", ministrado pela professora Cláudia Cristina Hoffmann. Na ocasião, além da exploração do antigo centro de torturas em São Paulo, realizou-se uma Roda de Conversa com o ex-preso político e diretor do Núcleo Memória, Maurice Politi.

Memorial da Resistência e Núcleo Memória realizam roda de conversa com jovens do programa Bolsa Trabalho

 

No último dia 8 de dezembro, dentro da programação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, por ocasião do Festival de Direitos Humanos, o assessor técnico da Coordenação de Políticas para a Juventude e responsável pelo programa Bolsa Trabalho, Júlio César Leite, promoveu uma visita de 24 estudantes deste programa ao Memorial da Resistência.

Como habitualmente é feito, depois da visita ao antigo espaço carcerário do ex-DEOPS, conduzida pelos educadores do Memorial da Resistência, o diretor do Núcleo Memória e ex-presidiário político, Maurice Politi, foi convidado para uma Roda de Conversa, quando se estabeleceu um frutífero diálogo sobre os conceitos de resistência e a necessidade de conhecer os detalhes da repressão havida durante os anos da ditadura civil-militar.

 

Sábado Resistente aborda conceito de Direitos Humanos e presta homenagens

 

No último Sábado Resistente de 2023, realizado em 9 de dezembro, na véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos, uma programação abrangente sobre o tema foi apresentada, proporcionando uma tarde de reflexão acerca do conceito, homenagens e diversas manifestações culturais, desde apresentações musicais até leituras dramáticas de poemas. A íntegra do evento está disponível para visualização por meio do link.

Leia mais…

 

Núcleo Memória realiza última visita ao antigo DOI-Codi em 2023

 

O Núcleo Memória realizou, no dia 16 de dezembro, a última visita mediada ao antigo DOI-Codi/SP em 2023. O programa, que consiste em apresentar para a população este importante lugar de memória tombado como patrimônio cultural do Estado de São Paulo, encerrou as atividades públicas da entidade no ano e contou com a participação de 17 pessoas, que se inscreveram previamente no link fornecido no site.

Leia mais…

 
NÚCLEO MEMÓRIA PARTICIPA

Núcleo Memória participa de audiência pública em Santos

 

O Comitê Popular de Santos por Memória, Verdade e Justiça promoveu, no dia 4 de dezembro, na Câmara Municipal de Santos, uma audiência pública para discutir a inserção do dia 24 de abril no Calendário Oficial do Município. Representando o Núcleo Memória, o diretor Maurice Politi fez uma fala sobre a importância de preservar os locais de memórias difíceis em todo o país, ressaltando a necessidade de que esses espaços se tornem lugares de reflexão e educação para a cidadania, especialmente entre os mais jovens.

Leia mais…

Núcleo Memória participa de reunião do GT DOI-Codi

 

Com enfoque no relato da visita do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, na sexta-feira (1º), em São Paulo (SP), nas dependências do antigo DOI-Codi (Departamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), local de memória e resistência na capital paulista.

Na oportunidade, Silvio Almeida participou de uma visita no espaço, junto a integrantes do projeto de pesquisa interdisciplinar que vem sendo desenvolvido no local, cujo objetivo final é a implementação de um memorial para preservar a história e memória das vítimas da ditadura.

 
 
NÚCLEO MEMÓRIA | Av. Brigadeiro Luis Antonio 2.050 • Bloco B cjto 92
São Paulo, SP • (+55) (11) 2306-4801 • Whatsapp (11) 96335-3797
 
 
www.nucleomemoria.com.br