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EDITORIAL |
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O mês de abril foi marcado pelas atividades de descomemoração dos 59 anos do Golpe civil-militar. Em São Paulo, estes eventos foram objeto de um boletim especial que lançamos no dia 7 e pode ser conferido no link. A nota de destaque foi o fato de que as Forças Armadas, pela primeira vez, não fizeram um pronunciamento comemorativo da data, um avanço significativo, principalmente levando em consideração os últimos quatro anos. Percebe-se que, além de ter que combater a oposição raivosa que desinforma, o novo governo de Lula sofre pressões de todos os lados. As mais importantes decorrem das próprias necessidades da população com quase nove milhões de desempregados, 2 milhões de desalentados e 35 milhões de trabalhadores sem proteção social e sem perspectiva de ter renda/aposentadoria na velhice, de acordo com o último boletim do DIEESE. Mas não se pode deixar de perceber que o governo tem suportado do sistema financeiro e dos formadores de opinião da grande imprensa, previsões catastróficas para a economia e as contas públicas. Na realidade, percebe-se que a solução aos problemas que o governo e a sociedade enfrentam depende essencialmente da retomada do crescimento, com melhor distribuição de renda e riqueza, coisa que o Presidente assumiu como programa de governo desde o início de seu mandato. Não se pode esquecer que o Brasil vem de seis anos seguidos de recessão ou estagnação econômica, resultado da crise mundial e das políticas recessivas adotadas a partir de 2015. E o que se vê com preocupação é que, além da oposição organizada, tem-se a atuação do Banco Central, autônomo, impondo ao Brasil a maior taxa de juros do mundo: 13,75% nominais, quase 8% reais, quando descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses. Neste ambiente de juros altos, o estímulo torna-se a renda financeira das aplicações existentes em vez de serem considerados investimentos produtivos que geram empregos e melhores condições de desenvolvimento. O Presidente realizou neste mês viagens à China e ao Continente europeu (Espanha e Portugal), que tem demonstrado estar consciente dos problemas econômicos existentes e por isso não se tem furtado de atacar a política de juros altos, saindo em defesa de um novo arcabouço fiscal que gere o estímulo aos investimentos públicos e privados. Caberá ao Congresso, a frente ampla que se desenhou para ganhar as eleições, a capacidade e força de apoiar estes novos parâmetros para a economia. No campo dos Direitos Humanos e da Cultura, nós do Núcleo Memória saudamos com louvor os últimos pronunciamentos feitos pelo ministro Silvio Almeida na reinstalação da Comissão de Anistia e durante a III Marcha do Silêncio, que pessoalmente acompanhou até o final. Novos tempos estão chegando nessas duas áreas e esperamos que o apoio verbal às manifestações pela Democracia e à proliferação de mais Lugares de Memória pelo Brasil, como feito pelo ministro, tornem-se efetivamente em apoio concreto e solidário às iniciativas de memorialização, que são numerosas pelo Brasil afora. Nós continuaremos ao lado de todas elas, assessorando e contribuindo para que se concretizem. Com as atividades culturais e educativas, nossa equipe busca contribuir com seu grão de areia na construção e consolidação dos valores democráticos. Boa leitura!
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ATIVIDADES EDUCATIVO CULTURAIS | ||||
Núcleo Memória participa de atividade educativa no Memorial da Resistência |
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Foto: André Santa Rosa | ||||
No dia 1º de Abril, o Memorial da Resistência recebeu um grupo de cerca de 30 estudantes da Escola Comum de São Paulo em uma iniciativa para promover a democracia e impulsionar o protagonismo de lideranças de jovens, entre 16 e 19 anos, das periferias e interiores do Brasil. |
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Antigo DOI-Codi recebe visita com ação educativa do Núcleo Memória | ||||
No dia 19/04, o Núcleo Memória realizou mais uma visita mensal mediada ao espaço onde funcionou o antigo DOI-Codi em São Paulo, um Lugar de Memória da ditadura civil-militar (1964-1985). A visita contou com a presença de 15 pessoas, inscritas no programa de visitação disponibilizado em nosso site. |
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Maurice Politi participa de bate-papo com alunos intercambistas no Memorial da Resistência | ||||
No dia 19 de abril, foi realizada uma visita educativa para 16 alunos intercambistas de universidades norte-americanas ao Memorial da Resistência. Acompanhados de três professores, o grupo visitou o antigo espaço carcerário do DEOPS, sendo recebidos pelo educador Guilherme Nunes para uma explicação geral sobre o significado desse lugar de memória em São Paulo. |
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Sábado Resistente realiza edição em memória aos 80 anos do Levante do Gueto de Varsóvia | ||||
Foi realizado no dia 29 de abril, o quarto Sábado Resistente do ano, dessa vez em uma parceria com a Casa do Povo e Observatório Judaico pelos Direitos Humanos. O título do encontro foi 80 anos do levante do Gueto de Varsóvia - Lembrar para não esquecer, onde foi lembrada a resistência heroica dos jovens e debatida a questão das origens do nazismo e seus reflexos na atualidade. Desde a memória da resistência ao nazismo até o crescimento do discurso extremista no Brasil, registrado no relatório do Observatório Judaico exposto no evento. |
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NÚCLEO MEMÓRIA PARTICIPA | ||||
GT DOI-Codi se reúne para discutir próximos passos | ||||
No dia 12 de abril, o Grupo de Trabalho DOI-Codi se reuniu de forma presencial no Memorial da Resistência de São Paulo para discutir os próximos passos a serem dados para transformar o antigo centro de repressão e tortura em um Memorial dedicado às vítimas da ditadura militar. |
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Maurice Politi, diretor do Núcleo Memória, recebe título de cidadão paulistano | ||||
Como forma de reconhecimento a Maurice Politi por sua trajetória e contribuição na luta política pela democracia no Brasil, inclusive por todo sofrimento vivido nas prisões da Cidade de São Paulo e mesmo assim ter escolhido voltar e se estabelecer na cidade, a Câmara Municipal de São Paulo concedeu o título de Cidadão Paulistano ao defensor dos Direitos Humanos e da Preservação da Memória Política. O evento foi realizado na segunda-feira, dia 17/04, na Câmara Municipal, em uma cerimônia emocionante e de casa cheia. |
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ESPECIAIS | ||||
Boletim da Semana do Nunca Mais | ||||
Entre os dias 24 de março e 2 de abril, principalmente nas datas de 31/03 e 01/04 em que se rememora o golpe, a Semana foi fruto de um trabalho em conjunto entre Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, prefeituras, coletivos, ONGs, OSs e partidos políticos. Nesse contexto, o Núcleo Memória se articulou em uma série de atividades, das quais tratamos em boletim, especialmente duas: o Ato em homenagem às vítimas, mortos e desaparecidos políticos da ditadura militar brasileira, realizado no Memorial da Resistência de São Paulo, e a 3ª Caminhada do Silêncio pelas Vítimas de Violência do Estado, no Parque Ibirapuera. |
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PRÓXIMAS ATIVIDADES | ||||
13/05, 10h |
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NÚCLEO MEMÓRIA | Av. Brigadeiro Luis Antonio 2.050 • Bloco B cjto 92 São Paulo, SP • (+55) (11) 2306-4801 • Whatsapp (11) 96335-3797 |
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