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EDITORIAL |
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O primeiro mês após as eleições presidenciais, que deram a vitória ao Presidente Lula, foram pródigas em notícias e acontecimentos que mostraram como a conjuntura política do país continua refletindo uma sociedade polarizada e dividida. De um lado, as manifestações daqueles que não aceitam o resultado e tentam promover o que se poderia chamar vulgarmente de um “terceiro turno” e, por outro, as intensas negociações de uma reforçada equipe de transição, que trata de ir se posicionando como vozes ativas na definição das necessárias mudanças a serem feitas a partir do dia da posse do novo Presidente. Mas, sem querer esgotar o tema nestas poucas linhas, o que se vê claramente é o jogo de pressões, em ambos os lados, para atrair votos no novo Legislativo e assim poder disputar o poder político a partir de correlações de maior força. Neste rol de disputas, chamam a atenção de todos/as pressões exercidas pelas Forças Armadas, que obtiveram no governo Bolsonaro prerrogativas que certamente excederam suas tarefas constitucionais. Estas articulações e negociações, vistas como necessárias para um exercício cabal da política sem maiores tropeços, principalmente num início de novo governo, podem representar, no entanto, uma perigosa via de conciliação que arrisca ser uma repetição do ocorrido logo após a redemocratização e a nova Constituição em 1988. Durante os últimos anos, aprendemos na própria carne que o exercício da passividade e o excesso de tolerância frente às violações dos Direitos Humanos levam ao esquecimento. Como, por exemplo, a ação de “varrer para debaixo do tapete” os crimes cometidos nos últimos 4 anos, a começar pela responsabilidade inequívoca do governo atual frente às quase 700.000 mortes derivadas da COVID 19 e aos crimes de ódio e intolerância a que assistimos diariamente. Frente a esse novo perigo, urge a mobilização e o compromisso da sociedade civil, através de suas entidades e organizações não governamentais, na reivindicação por políticas públicas que enalteçam os valores da Democracia e satisfaçam os clamores por Justiça e Reparação. Neste sentido, o Núcleo Memória, que desde o ano de 2009 luta pelo reconhecimento acerca do passado ditatorial em ações que visam preservar os lugares de memória que eduquem para a cidadania, continuou este mês com atividades relacionadas à nossa missão e ao aprofundamento das análises conjunturais. Algumas delas, as de maior destaque, estão aqui neste boletim. Boa Leitura!
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ATIVIDADES CULTURAIS | ||
Sábado Resistente exibe o filme Marighella, com abertura de Mário Magalhães, na data de 53 anos do assassinato do militante |
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Como parte das rememorações dos 53 anos do assassinato de Carlos Marighella, no dia 5 de novembro, foi realizado o oitavo Sábado Resistente do ano, no Auditório Vitae (5º andar do Memorial da Resistência), com a exibição gratuita do filme Marighella, de Wagner Moura. A obra narra, entre fatos e ficções, a vida do militante do Partido Comunista Brasileiro, fundador da Ação Libertadora Nacional e um dos expoentes do maior grupo armado de resistência à ditadura militar (1964-85). |
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Visita mediada mensal leva público ao antigo DOI-Codi/SP |
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Realizada mensalmente mediante inscrição, o Núcleo Memória levou cerca de 30 pessoas para uma visita ao antigo DOI-Codi/SP, no último dia 16 de novembro. DOI-Codi é a sigla para Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna, nome dado à um dos principais centros clandestinos de tortura e de detenção da ditadura civil-militar do Brasil, localizado na Rua Tutóia, 921, Vila Mariana. |
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Encerramento do curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil |
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No dia 12 de novembro, foi realizada a última aula da edição 2022 do curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil, ministrada por Renan Quinalha, professor de Direito da Unifesp, escritor de livros como Movimento LGBTI+: Uma breve história do século XIX aos nossos dias e presidente do conselho administrativo do Núcleo Memória. |
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Sábado Resistente debate os desafios da nova legislatura |
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Em fechamento ao ciclo geral intitulado “A Construção da Cidadania no Brasil, foi realizado no dia 19 de novembro o penúltimo Sábado Resistente do ano, no Auditório Vitae (5º andar do Memorial da Resistência). A tarde de debate foi voltada para o diálogo sobre o papel das instituições governamentais nas definições necessárias para a reconstrução democrática. Você pode assistir clicando no link. |
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NOTÍCIAS DA RESLAC | ||
Núcleo Memória participa de reunião regional com membros da RESLAC |
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Após dois anos de interrupção, devido à pandemia do COVID 19, os membros da Rede Latino Americana e Caribenha de Lugares de Memória (RESLAC) voltaram a se reunir de forma híbrida, ou seja, com alguns membros presencialmente e outros que acompanharam o transcurso da reunião de forma virtual. |
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Próximas atividades |
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Sábado Resistente: Memórias do Futuro: arquivos do movimento negro e a construção da cidadania brasileira
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NÚCLEO MEMÓRIA | Av. Brigadeiro Luis Antonio 2.050 • Bloco B cjto 141 São Paulo, SP • (+55) (11) 2306-4801 • Whatsapp (11) 96335-3797 |
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