Abril/2022

 

EDITORIAL

A sensível diminuição de casos de COVID que vem ocorrendo nos últimos dois meses provocou a redução das medidas restritivas que estavam em vigor e a volta à quase normalidade na retomada das atividades laborais da população. No entanto, não podemos nunca esquecer que a cifra das pessoas falecidas como resultado desta pandemia já ultrapassa as 633.000 pessoas. Esta cifra poderia ter sido ainda maior se não fosse pela notável aderência da população em geral à vacinação, contrariamente ao que o governo sempre apregoou, defendendo o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes e envolvendo-se em tentativas de corrupção ao invés de cuidar da saúde da população.
Hoje, os brasileiros e brasileiras, na sua grande maioria vacinados, enfrentam a tragédia dos aumentos sem controle nos preços de todos os produtos e serviços, principalmente os alimentícios e os gastos com energia e combustíveis. Nota-se, com assombro, o aumento do desespero das camadas sociais mais vulneráveis da população, que mal conseguem sobreviver à uma inflação que atingiu este mês o índice anual recorde de 12%. Novamente, o governo, cada vez mais preocupado unicamente com as próximas eleições, mostra um despreparo geral no trato da economia e na adoção de medidas que possam aliviar esta carga inflacionária.
Ao contrário, o que temos visto nas últimas semanas é o aumento da intervenção do Executivo na sua relação com os outros poderes da Nação, o alinhamento com políticas que estimulam a violência do Estado e a aumento de notícias falsas e mentiras, principalmente nas redes sociais. A última evidência dessa intervenção foi o grotesco caso do indulto concedido a um deputado condenado pelo STF por atacar as instituições democráticas e pregar a volta à ditadura. Amplos setores da sociedade, guiados por sentimentos democráticos, têm visto este indulto como sendo não somente um grave erro político, mas também e, principalmente, um erro moral que contagiaria a Nação e influenciaria as próximas eleições. Eleições estas que, nos últimos dias, também se viram contaminadas com bravatas e dúvidas.
Não foi sem espanto que vimos o Presidente sugerir, em discurso no dia 27 de abril, que poderia haver uma suspensão das eleições em 2022, se algo de “anormal” ocorresse, estendendo-se este veto às eleições também aos “governos estaduais e para a Câmara, Senado e deputados estaduais”.
Como um contraponto favorável, as ações pela Democracia, que encontram sempre valorosos defensores na sociedade, foram reforçadas este mês com a notícia, através do jornalista Jamil Chade, que o Comitê de Direitos Humanos da ONU enviou ao Brasil uma lista de questionamentos relativos ao desmonte das políticas públicas de direitos humanos e as constantes ameaças à democracia no País. Embora o governo despreze, e muitas vezes nem responda aos questionamentos da ONU, é inegável o desgaste internacional que o país enfrenta.
As atividades do Núcleo Memória, que se reforçaram desde meados de março com a chegada de novos educadores, pesquisadores e pesquisadoras, continuaram a ser desenvolvidas em abril, tendo em consideração justamente o apreço pelos valores e princípios democráticos e pela educação em Direitos Humanos.

Vocês terão um resumo dessas atividades neste boletim.       

Boa leitura! 

 

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ATIVIDADES CULTURAIS
 
SÁBADOS RESISTENTES | Os anos de ditadura e a suspensão das eleições: organizações de resistência pós 1964 no Brasil
 

Para encerrar as atividades do mês de abril, o Núcleo de Preservação da Memória Política, em parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo, realizou a segunda edição do projeto Sábados Resistentes 2022, no dia 30, às 14h, no Auditório Vitae (5º andar do Memorial da Resistência). A Profa. Dra. Maria Aparecida Aquino, o Prof. Dr. Marcelo Ridenti e a Profa. Sônia Brandão dividiram a mesa para debater sobre “Os anos de ditadura e a suspensão das eleições: organizações de resistência pós 1964 no Brasil”.

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MEMORIAL DA LUTA PELA JUSTIÇA
 

Dra. Patrícia Vanzolini, presidente da OAB-SP, fala sobre o Memorial da Luta pela Justiça no programa “Entre Vistas”

 

Primeira mulher eleita presidente da OAB-SP, Dra. Patrícia Vanzolini foi a convidada do programa “Entre Vistas”, apresentado pelo jornalista Juca Kfouri, na TVT, no dia 7 de abril. Entre os assuntos abordados, a advogada criminalista falou sobre o projeto do futuro Memorial da Luta pela Justiça.

Assista a entrevista completa
 

 

Núcleo Memória faz visita técnica ao Memorial da Resistência de São Paulo

 

No dia 18 de abril, dentro das atividades de implantação do Memorial da Luta Pela Justiça, a equipe de pesquisa do Núcleo de Preservação da Memória Política realizou uma visita técnica à exposição de longa duração do Memorial da Resistência de São Paulo. O objetivo era refletir sobre a expografia e o processo de implantação de instituições museológicas em lugares de memória a partir de uma experiência concreta e bem sucedida.
Participaram da atividade Katia Felipini (Coordenadora de Museologia), Oswaldo de Oliveira Santos Jr (Coordenador de Pesquisa), Bruna Ferrari, César Rodrigues, Natália Batista e Renan Beltrame (Pesquisadores), acompanhados de Marcus Vinícius Freitas, educador do Memorial da Resistência.

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Equipe de pesquisadores do Núcleo Memória realiza consultoria com o professor Marcos Napolitano

 

Dando continuidade ao processo de implementação do Memorial da Luta pela Justiça, o Núcleo Memória organizou, no dia 18, segunda, uma consultoria com o professor Marcos Napolitano.
Referência na área de estudos sobre a ditadura civil militar brasileira, o pesquisador compartilhou com o grupo de trabalho importantes reflexões sobre este período. A proposta é que estas consultorias contribuam para o processo de formação da equipe do Núcleo e fomentem a construção dos eixos temáticos da futura instituição.
A previsão de abertura do Memorial da Luta pela Justiça é 2024.

 

 
 

NÚCLEO MEMÓRIA PARTICIPA
 

Maurice Politi fala sobre o período da ditadura civil-militar com espectadores da peça “E nós que amávamos tanto a Revolução”

 

No dia 10 (domingo), Maurice Politi, diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política, participou de um diálogo com os espectadores de “E nós que amávamos tanto a Revolução”, logo após o término do espetáculo. O convite veio de Ewerton Francisco, autor e diretor da peça teatral.

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Núcleo Memória participa do 1º Seminário Internacional de Cultura de Mogi das Cruzes

 

A convite da Secretaria Municipal de Cultura de Mogi das Cruzes, o Núcleo Memória participou do 1º Seminário Internacional de Cultura da cidade. A apresentação da história e dos trabalhos realizados pela entidade ocorreu no dia 28 (quinta), no Teatro Vasques, no Centro Histórico de Mogi.
A mesa “Cultura, Identidade e Memória” contou com César Rodrigues, historiador e pesquisador que trabalha junto ao Núcleo Memória, Vera Lucia Souza, doutoranda em Estética e História da Arte e Kelen Chacon, Secretária de Cultura de Mogi das Cruzes, que mediou os trabalhos.

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Maurice Politi dialoga com estudantes em Ação Educativa do Memorial da Resistência

 

O diretor do Núcleo Memória, Maurice Politi, foi convidado especial da Ação Educativa do Memorial da Resistência de São Paulo, no dia 27 de abril (quarta), para uma Roda de Conversa com um grupo de alunos do 3° ano do Ensino Médio da Escola da Vila.

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Bancada Federal do PSOL, Núcleo Memória e Instituto Vladimir Herzog pedem terceiro aditamento à ação na Corte Interamericana de Direitos Humanos contra Governo Brasileiro

 

No dia 18 de abril, a bancada federal dos deputados do PSOL, em parceria com o Núcleo Memória e o Instituto Vladimir Herzog, peticionaram mais uma vez à Corte Interamericana de Direitos Humanos contra a falta de cumprimento por parte do Governo Brasileiro no caso referente à sentença Gomes Lund e outros, também conhecida como a Sentença da Guerrilha do Araguaia.

Entenda o caso e confira a íntegra do aditamento
 

NOTÍCIAS DA RESLAC - REDE LATINO AMERICANA E CARIBENHA DE LUGARES DE MEMÓRIA
 

Projeto Memórias Invisibilizadas na América Latina

 

Os trabalhos de memória levados a efeito pela sociedade civil têm uma longa tradição nos países da América Latina. Desde o início de conflitos sociais, ditaduras ou regimes repressores, os sobreviventes e seus familiares se organizaram, ainda que em situações vulneráveis, e começaram uma luta por Memória, Verdade e Justiça. Ao cabo de muitos anos de luta, conseguiu-se, em muitos países, importantes avanços (apesar de haver ainda sociedades onde estes avanços se deram muito lentamente) e nossas sociedades em geral conhecem as histórias detalhadas de repressão e mortes.

Lançamento dos vídeos
Dia 18: Argentina
Dia 20: Brasil - Núcleo Memória e Memorial da Resistência
Dia 22: Peru
Dia 25: Guatemala
Dia 27: Chile
Dia 29: Brasil - Museu da Imigração

Entenda a campanha

Assista a todos os vídeos no nosso canal do YouTube.

 

 

 
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