novembro/dezembro/2020

 

EDITORIAL

Chegamos ao final de um ano totalmente atípico, ao termos visto uma cruel pandemia sanitária assolar o mundo. Isso nos leva, em primeiro lugar, a expressar a nossa mais profunda solidariedade e nossos sentimentos às famílias dos quase 200.000 brasileiros e brasileiras que perderam a vida durante este ano, com impacto principal nas populações marginalizadas de periferia. Aos seus familiares e amigos, manifestamos nosso compromisso em continuar denunciando a gestão negligente e insensata que, fazendo pouco caso desta trágica situação, contribuiu para que a crise na saúde continue e se agrave a cada dia, tendo em vista o mal exemplo dado pelo presidente e seus ministros ao se referir à mesma e à possibilidade de começar logo uma campanha de vacinação, tal como já o estão fazendo mais de 40 países.

2020 representou para nós um incrível desafio. No entanto, com uma boa dose de iniciativa e criatividade, seguimos, em novos formatos, desenvolvendo nossas atividades e criando novas, que ampliaram nosso público, tanto de nossos associad@s como de novos amig@s.  Ao ciclo de “lives”, duas vezes por mês, sobre os Lugares de Memória no Brasil se juntou o nosso curso anual sobre “Lugares de Memória e Direitos Humanos, realizado este ano de forma virtual com mais de 100 participantes e os nossos já tradicionais “Sábados Resistentes” também realizados no formato virtual. Também continuamos a trabalhar, mesmo que à distância, na pesquisa museográfica para o futuro Memorial da Luta pela Justiça a ser inaugurado em breve.
Nos últimos dois meses do ano, especialmente, destacamos algumas importantes ações que realizamos e/ou participamos, como o Seminário Internacional que organizamos em virtualmente novembro em conjunto com a OAB-SP, que trabalhou o tema “O mundo do trabalho e as lutas por Justiça”, com a participação de 12 expositores, sendo 9 brasileiros e 3 argentinos e a inscrição de 120 pessoas. Ainda em novembro, além deste importante seminário, realizado pelo Memorial da Luta pela Justiça, participamos, entre os dias 23 a 25, do XIII Encontro Global da Rede de Sítios de Memória da América Latina e Caribenha (RESLAC), dessa vez também realizado virtualmente. Entre novembro e dezembro contamos com mais duas edições do Sábado Resistente, em que debatemos o filme “Dentro da minha pele” que abordou o importante tema do combate ao racismo, e “O impacto do capitalismo financeiro nos Direitos Humanos”. Também finalizamos o ano com mais três lives do Projeto “Conhecendo os Lugares de Memória”, e ainda com nossa participação na Jornada do Patrimônio.
Para todos nós, este foi um ano de muita tensão e difícil de encarar. Ao lado do descaso pela saúde do nosso povo, vimos aumentar o negacionismo político, as arbitrariedades sem fim de todos os três poderes e principalmente os índices de violações aos Direitos Humanos, através de atos de violência policial, racistas e misóginos.  Isso nos leva a persistir no chamado a todas as organizações da sociedade civil para que nos juntemos na resistência aos atuais desmandos, na defesa dos princípios e valores democráticos que temos defendido desde que o Núcleo Memória nasceu em 2009.

A todos vocês, companheir@s e amig@s, os votos de um 2021 que seja o prenúncio de um novo ano com saúde, felicidade pessoal e na defesa da Democracia, para que passemos a viver num país onde se respeitem os Direitos Humanos e a cidadania seja exercida com consciência e responsabilidade.

Confira abaixo mais detalhes sobre as atividades que realizamos em novembro e dezembro de 2020.


 

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Ciclo de lives “Conhecendo Lugares de Memória”

 

No dia 05 de novembro, pudemos conhecer um pouco mais sobre o DOPS-RJ: Rua da Relação, 40. Participaram dessa live o arquiteto urbanista Felipe Nin, a professora aposentada de História da UFRJ e ex-diretora do Arquivo Público do Estado do Rio Jessie Jane Vieira de Souza, a sanitarista e Mestre em Ciência da Informação Ana Bursztyn Miranda e a artista e professora Mariana Lydia Bertoche, convidados que participaram ativamente da Campanha Ocupa DOPS.

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No dia 19 do mesmo mês foi a vez da apresentação sobre o 1º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB) de Barra Mansa/RJ. Participaram pelo Centro de Memória Sul Fluminense - CEMESF/UF as professoras Ana Paula Poll, Alejandra Estevez e Sabrina Moura Dias, a museóloga Pamela de Oliveira Pereira e o arquiteto urbanista Felipe Nin.

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Já no terceiro dia de dezembro, das 20h às 22h, assistimos a mais excelente apresentação sobre um projeto em desenvolvimento em um lugar de memória: o Memorial de Direitos Humanos de Minas Gerais para o prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social de Minas Gerais, coroando com louvor a nona live, última do ano de 2020.

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Sábado Resistente - Racismo e Resistência

 

No dia 21 de novembro, foi realizada mais uma edição do tradicional Sábado Resistente, em que tratamos do tema “Racismo e Resistência” sob o olhar do último filme documentário lançado recentemente pela produtora Olhar Imaginário e que leva o título de “Dentro da Minha Pele”. Contamos com a presença virtual de Toni Venturi e Val Gomes, diretores do filme, acompanhados pela pesquisadora e sociologia Flavia Mateus Rios.

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Sábado Resistente - O impacto do capitalismo financeiro nos Direitos Humanos

 

E para encerrar a temporada de 2020 dos Sábados Resistentes, realizamos no dia 12 de dezembro, em parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo, uma mesa virtual com os/as economistas e professores Leda Paulani e Ladislau Dowbor, com a mediação do jornalista Luis Nassif para debater o tema d’O impacto do capitalismo financeiro nos Direitos Humanos.

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Encontro RESLAC

 

Entre os dias 23 e 25 de novembro, o Núcleo Memória participou do XIII Encontro global organizado pela Rede de Sítios de Memória da América Latina e Caribenha (RESLAC), em que foram discutidos virtualmente os resultados da pesquisa “Revisionismo e Negacionismo na América Latina e no Caribe: reflexões a partir das urgências do presente”, e que proporcionou a troca de experiências, estratégias e ferramentas para combater o revisionismo e o negacionismo e as ameaças atuais às democracias, bem como outros riscos enfrentados pelos lugares de memória e seus trabalhadores.

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Seminário Internacional “O mundo do trabalho e as lutas por justiça”
 
 

Nos dias 27 e 28 de novembro, o Núcleo de Preservação da Memória Política e a Ordem dos Advogados do Brasil secção São Paulo realizou virtualmente o Seminário Internacional “O mundo do trabalho e as lutas por justiça”, que teve como objetivo refletir sobre a participação da classe trabalhadora nos processos de lutas e resistências às ditaduras militares que ocorreram na América Latina na segunda metade do século XX e seus desdobramentos na sociedade contemporânea.
Esse evento é parte das atividades do Memorial da Luta pela Justiça, que está em vias de implantação, constituindo-se como um Lugar de Memória das Lutas por Justiça na cidade de São Paulo, Brasil, e contou com a participação de professores e pesquisadores da área, representantes brasileiros e argentinos de entidades sindicais e associações, assim como especialistas em museologia dos dois países.

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Jornada do Patrimônio
 
 

No dia 05 de dezembro, o Núcleo Memória e a OAB Seccional São Paulo realizaram uma visita virtual para apresentar o Memorial da Luta pela Justiça (MLPJ), no âmbito das ações da Jornada do Patrimônio. Realizada desde 2015, a Jornada tem como objetivo promover o diálogo entre o patrimônio histórico paulistano e as mais diversas linguagens artísticas, bem como a identificação de bens e práticas culturais que tratam da memória e identidade dos diferentes grupos sociais presentes em todos os territórios da capital paulista. Nesta visita virtual, apresentamos o histórico do prédio, sua retomada e o plano museológico produzido para a instalação do memorial.

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Prêmio Alceri Maria Gomes da Silva

Parabenizamos nosso conselheiro Anivaldo Padilha, ex-preso político e militante dos Direitos Humanos, pelo recebimento do Prêmio de Direito à Memória e à Verdade Alceri Maria Gomes da Silva. O Prêmio Alceri Maria Gomes da Silva, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, homenageia pessoas físicas ou jurídicas que atuam na preservação da memória e na busca pela verdade das violações aos direitos humanos cometidas durante o período da ditadura militar. Também felicitamos nossa ex-conselheira Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, pelo recebimento da Menção Honrosa, na mesma premiação, concedida em dezembro.

 
 
 
 
 
 
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