Mesa do Sábado Resistente - 12 de maio de 2018
Há 50 anos, Luis Cardoso (“Luisão”), Luiz Antônio Duarte, Octaviano Pereira dos Santos (“Tigrão”) e João Joaquim da Silva participavam da organização da resistência operária que deflagrou as primeiras greves contra a ditadura militar, em 1968. Eles lembraram suas trajetórias e lutas políticas no último sábado, 12 de maio, durante uma edição do Sábado Resistente.
Luisão, ex-funcionário da Braseixos, contou sobre a organização da greve do 1º de maio daquele ano, na qual os trabalhadores tomaram o palanque no evento oficial para protestar contra o arrocho salarial e as condições de trabalho na fábrica. Outra figura participativa da manifestação, Duarte - que era militante da Ação Popular (AP) - aproveitou para mostrar fotos da época.
Após a exibição de dois vídeos sobre duas das mais importantes greves operárias daquele ano - em Contagem (MG) e Osasco (SP) -, João Joaquim da Silva, membro da Comissão da Fábrica da Cobrasma e 1º Secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco na época, e Tigrão, que era funcionário da Brown Boveri e organizou a greve dentro de sua fábrica, contaram sua experiência. Eles lembraram, principalmente, a solidariedade entre os trabalhadores e operários em luta.
Estava também presente a socióloga Prof. Luci Praun, que lembrou ao público a violência que a ditadura já apresentava em 1968. Ela também chamou atenção ao que chamou de “resgate do classismo” no momento atual e a necessidade de lutarmos pelos direitos sociais e coletivos mais do que os individuais e de consumidor.
Na plateia, pessoas que também lutaram em 1968 e quiseram mostrar suas histórias. Entre eles estavam membros do Sindicatos dos Bancários da época e o ex-preso político Antônio Roberto Espinosa, que também participou da greve da Cobrasma.
Os Sábados Resistentes são realizados no Memorial da Resistência de São Paulo desde 2009 e têm como objetivo a promoção de debates em torno de temas ligados à ditadura civil-militar brasileira e aos direitos humanos.