Mesa do Sábado Resistente.
No sábado (20) do mês de setembro, foi realizado o sexto Sábado Resistente do ano no Auditório Vitae (5º andar do Memorial da Resistência), em uma parceria entre o Núcleo Memória e o Memorial da Resistência. A atividade, que ocorreu de forma híbrida com transmissão através dos canais no Youtube do Núcleo Memória e Tutaméia, teve abertura às 14h15, realizada por Ana Pato, coordenadora do Memorial da Resistência, e Maurice Politi, diretor administrativo do Núcleo Memória.
Com a temática “A Construção da Cidadania no Brasil”, o evento contou com cerca de 12 pessoas, em uma conversa com o tema: “Entendendo o sistema eleitoral no Brasil”. O debate teve como objetivo refletir sobre a historicidade do processo de construção da cidadania do povo brasileiro, marcada por momentos de ascensos e descensos, e compreender por que ele é contínuo, servindo como base para entender a importância das eleições e do voto no Brasil.
A partir da mediação de Flávio de Leão Bastos, professor de Direito Eleitoral no Mackenzie, a mesa foi composta pela advogada Gabriela Araujo, Professora de Direito Constitucional na PUC-SP, e Luis Carlos dos Santos Gonçalves, procurador regional.
O primeiro a falar foi Luis Carlos dos Santos Gonçalves, que abordou as singularidades brasileiras, como a própria Justiça Eleitoral, que difere dos tribunais eleitorais de outros países. Após apontar as nuances do sistema brasileiro, o procurador faz uma retomada das eleições no Brasil, passando por momentos como a eleição de bico de pena, mapismo e o fenômeno do voto do cabresto, alguns deles que perduram até hoje.
Em sua fala, Luis Carlos dos Santos Gonçalves também ressaltou a confiabilidade das urnas eletrônicas, algo que tem sido utilizado como trampolim golpista por parte da extrema-direita. “A grande coisa que os conspiradores da internet não perceberam é que a urna não está conectada. E ela ainda emite um boletim, que qualquer partido pode ter acesso. Se algum representante de partido político pegar todas seções e fizer a soma, ele mesmo pode conferir”, explica o procurador.
Na segunda fala, o público presente ouviu Gabriela Araujo, professora de Direito Constitucional da PUC-SP, que lançou um panorama da representação de mulheres, pessoas negras e LGBTQIA + nas eleições, tanto como eleitores, quanto como candidatas e candidatos. Além de traçar um mapa do estado de equidade eleitoral no Brasil, a professora apresentou casos internacionais e possíveis soluções para tornar os espaços políticos mais plurais.
Em seguida, o público online e presencial pôde fazer perguntas à mesa e iniciar um momento de maior troca.
O Sábado Resistente é uma atividade mensal, que acontece sempre de forma híbrida. O próximo ocorrerá no dia 15 de outubro e trará o tema “Votei! E agora? Promoção, controle e monitoramento da cidadania”.