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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Live “Marcas da Memória – Movimento Justiça e Direitos Humanos”

 

O projeto Ciclos de Lives “Conhecendo Lugares de Memória” é realizado pelo Núcleo Memória com a participação de membros da Rede Brasileira de Lugares de Memória (Rebralume).

Participaram da live Jair Krischke (Fundador e presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos - MJDH, a mais antiga organização de direitos humanos do Brasil, e ativista de direitos humanos com atuação no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai); Lidiane Blanco (Conselheira do MJDH, radialista e jornalista em formação, com atuação em rádio, jornal, produção executiva para TV e cinema, e foi finalista do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro) e Afonso Roberto Licks (Secretário Geral do MJDH, advogado e jornalista com atuação em rádio, jornal, TV, revista e agência de notícias, assessoria política e empresarial. Publicou o livro “Octavio, o Civil dos 18 do Forte de Copacabana”).

A atividade contou com a participação de Maurice Politi (diretor administrativo do Núcleo Memória) e de César Rodrigues (pesquisador e educador do Núcleo Memória), mediador do projeto de lives Conhecendo Lugares de Memória.

Maurice Politi deu as boas-vindas e agradeceu a persistência daqueles que assistem às lives desde o ano de 2020, quando o projeto foi criado. Ressaltou que, além de Recife, o Rio Grande Sul foi um dos primeiros projetos que conseguiram marcar os lugares de memória do Brasil, essenciais para o conhecimento da história do nosso país.

César Rodrigues apresentou os participantes, que intermediaram as falas e comentaram a apresentação dos lugares de memória por meio de imagens.

Lidiane iniciou sua fala dizendo que não houve Justiça de Transição da Ditadura Civil-Militar para o regime democrático no Brasil e, sim, uma transação financeira, sem Verdade e sem Justiça. Que é preciso fixar as marcas da memória política nos lugares para que nunca mais aconteçam as atrocidades.

Jair Krischke sublinhou que, especialmente falando de Porto Alegre, a Ditadura estabeleceu uma forma pioneira para perseguir estrangeiros e brasileiros que ousavam enfrentá-la: como as principais lideranças (João Goulart, Brizola e ministros) estavam no Uruguai e Argentina, foi montada estrutura em Porto Alegre para combater a permanente movimentação dos companheiros que transitavam entre os países, com medo de que se organizassem em resistência. Essa estrutura se expandiu para todo o Brasil e é preciso que as histórias sejam reveladas e divulgadas.

Licks falou que a promoção e definição dos Direitos Humanos Universais individuais e coletivos e difusos de todos os povos, populações e grupos sociais são parte da missão do MJDH. Falou sobre o histórico do MJDH, que operou na clandestinidade de 1964 ao fim do AI-5, em 1979, quando pode obter o registro cartorial, e entende como seu dever atuar na memória política daquele período. Falou que o projeto Marcas da Memória foi criado em Porto Alegre por meio de Termo de Operação Técnica com a administração municipal em 2012, e sobre a importância da memória e de dar visibilidade às vítimas, deliberadamente invisibilizadas primeiro pelas decisões governamentais e, depois, pela indiferença da sociedade.

Desta forma, o Projeto Marcas da Memória do MJDH identifica locais de violações de direitos civis e humanos e marca com pedras estes lugares para contar a verdade sobre a violência cometida pela Ditadura Militar em Porto Alegre nestes espaços. As pedras que marcam os lugares não interferem em prédios públicos ou particulares: elas são gravadas com uma história de sofrimento que a Ditadura cometeu e fixadas na calçada. Lidiane convidou as pessoas para uma visita aos lugares de Porto Alegre por meio de fotos e fatos ricamente comentados. Dentre eles, o Quartel da Polícia do Exército, a Prisão Especial de Militares, o Dopinho e o Palácio da Polícia Civil – DOPS.

A atividade teve cerca de 1h26min entre apresentações e debate com os assistentes.

Agradecemos a todas/os participantes e a Eleonora e Rodolfo Lucena, que mais uma vez nos acompanharam neste projeto e transmitiram simultaneamente no canal facebook e youtube do Tutaméia.

Assista a live no canal do youtube e do facebook do Núcleo Memória e do youtube e do facebook do Tutaméia.     

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