O evento teve início com a transmissão de uma entrevista feita com Rubens Paiva no dia do golpe militar de 1964. Até então deputado federal por São Paulo, Rubens conclamava a população do estado a resistir e apoiar o presidente João Goulart, pois entendia que este era representante de um governo que visava reformas que buscavam melhorar as condições de vida de todos. O ex-senador de São Paulo e hoje vereador, Eduardo Suplicy, abriu a noite trazendo seus votos solidários à família Paiva. O professor e historiador Luiz Felipe de Alencastro falou como representante da Comissão ARNS e trouxe como relato um testemunho de um encontro seu com Rubens quando eles estavam no exílio em Paris, no ano de 1966. A professora e antropóloga Manuela Carneiro da Cunha contou sobre Eunice Paiva e do quão guerreira foi após o assassinato de seu marido, na busca incessante por justiça. Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog e presidente do Instituto que leva o nome de seu pai, fez um manifesto contundente de indignação pelo atual momento de descaso do governo com as milhares de vidas ceifadas com a pandemia. O ex-deputado estadual Adriano Diogo, que presidiu a Comissão Estadual da Verdade, fez um breve contexto sobre a formação da Comissão e a escolha do nome de Rubens Paiva. José Luiz Baeta, coordenador do Comitê Popular de Santos - Verdade, Memória e Justiça, enalteceu o fato do homenageado da noite ser de Santos e ter iniciado sua formação política na cidade. Vladimir Sacchetta, jornalista e curador da exposição sobre Rubens Paiva realizada no Memorial da Resistência de São Paulo em 2011, apresentou um pequeno vídeo desta mostra com depoimentos de companheiros contemporâneos do deputado. Falaram como representantes da família Chico Paiva (neto) e Vera Paiva (filha). Chico agradeceu o fato de que mesmo após 50 anos seu avô ainda conseguir mobilizar tanta gente para não só lhe prestar homenagem, mas fazer uma crítica contundente ao estado das coisas. E sua filha, Veroca, lembrou que graças ao trabalho da Comissão da Verdade hoje é possível afirmar que seu pai não é um desaparecido, mas sim um assassinado com o corpo desaparecido. Terminou dizendo que tanto sua mãe quanto o seu pai devem estar muito felizes em ver a família dando seguimento às lutas pelas quais dedicaram boa parte de suas vidas.
Importante ressaltar que a maior homenagem que podemos fazer a Rubens Paiva na atualidade é a contínua denúncia das atrocidades cometidas no passado que insistem em permanecer no presente.