No dia 12 de maio, o Memorial da Resistência, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, realizará mais uma edição do Sábado Resistente, projeto realizado em parceria com o Núcleo de Preservação da Memória Política. O evento que faz parte dos eventos programados na cidade de Osasco denominados Osasco 1968+50 será às 14h00, e tratará sobre os acontecimentos que marcaram o ano de 1968 para a classe operária, especialmente as primeiras greves nas cidades de Contagem (MG) e de Osasco (SP).
Com o golpe militar de 1964 no Brasil, principalmente a partir da nomeação de interventores militares nos sindicatos das principais categorias de trabalhadores, ocorreu a desarticulação do movimento sindical operário. As greves operárias de 1968 no país, tendo como símbolo as greves nestas duas cidades representaram o esforço de reorganização da classe trabalhadora.
Dentro dessa onda de greves, o dia 1º de maio de 1968 – Dia dos Trabalhadores – também ficou na história e será lembrando por alguns de seus atores. Na oportunidade, membros da classe operária de toda região metropolitana de São Paulo se reuniram na Praça da Sé para a transformação do ato oficial, organizado pelo sindicalismo de conciliação, com a presença de autoridades,em uma manifestação pública de protesto e repudio à ditadura por parte dos trabalhadores e estudantes.
PROGRAMAÇÃO
14h00 – Boas-vindas – Marília Bonas (Memorial da Resistência de São Paulo)
14h10 – Coordenação – Oswaldo de Oliveira Santos (Núcleo de Preservação da Memória Política)
14h20 – Mesa Redonda
Participantes:
Ênio Seabra: Eletricista, começou a trabalhar em 1953 na Companhia Siderúrgica Mannesmann. Em 1967 foi eleito na chapa Verde (de oposição) para o Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem (MG), onde chegou a ser presidente e como tal foi um dos líderes da primeira greve operária em abril de 1968 na cidade. Participou , com um depoimento importante, do livro “Greves no Brasil (de 1968 aos dias atuais) editado pelo DIEESE em 2015.
João Batista Candido: Operário metalúrgico e coordenador regional da JOC (Juventude Operária Católica) desde sua juventude, começou a trabalhar aos 28 anos na fábrica da Cobrasma de Osasco. Foi o presidente da Comissão de Fábrica do Brasil quando ela foi reconhecida em 1966, tendo participado também da fundação da sub sede da Frente Nacional do Trabalho naquela cidade. Em 1967, com a eleição da Chapa Verde presidida pelo José Ibrahim, João Candido é eleito Secretário Geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e nesta condição participa ativamente da Greve de 1968 que ocorreu no mês de julho.
Luis Cardoso também conhecido como Luisão, era ajustador mecânico e trabalhava no controle de qualidade na Braseixos no ano de 1968. Participou da greve de Osasco e teve importante atuação na manifestação que transcorreu na Praça da Sé no dia 1º. de Maio.
Luiz Antonio Duarte- Professor, era militante da Ação Popular (AP) sendo integrante da coordenação seccional na região do ABC paulista. Participou na manifestação de maio na praça da Sé.
Luci Praun: Socióloga, com mestrado e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É atualmente docente do Centro Universitário Fundação Santo André e pesquisadora do Grupo de Pesquisa Mundo do Trabalho e suas Metamorfoses (GEMT), Unicamp/CNPq. Coautora do livro “Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil I” (Ed. Boitempo), organizado por Ricardo Antunes, e do livro “Sindicatos Metalúrgicos no Brasil Contemporâneo” (Ed. Fino Traço), organizado por Davisson C. Souza e Patrícia Tropia. Autora do livro “Reestruturação Produtiva, Saúde e Degradação do Trabalho”
16h10 – Debate